PLURAL: Odilon Marcuzzo do Canto

Redação do Diário

A coluna Plural desta segunda-feira traz textos da professora universitária Neila Baldi e do ex-reitor da UFSM Odilon Marcuzzo do Canto sobre o tema Educação e cidadania. Os textos da Plural são publicados diariamente na edição impressa do Diário de Santa Maria. A Plural conta com 24 colunistas.

Odilon Marcuzzo do CantoEx-reitor da UFSM

No princípio era Ybitory-Retan a terra da alegria, onde duas tribos viviam em paz. Minuanos – os guerreiros, e Tapes – os pacíficos, na sua sabedoria primitiva sabiam que ter visões diferentes da vida não transforma necessariamente as pessoas em inimigos. O casal da lenda é formado a partir da vitória dos minuanos sobre o invasor estrangeiro. O bandeirante prisioneiro Rodrigo, transforma-se em Morotin pelo amor de Imembuy, a bela filha do cacique minuano.

A lenda dá lugar à realidade com a chegada dos demarcadores espanhóis e portugueses (Tratado de Santo Ildefonso, 1777) que no desentendimento se separam, com acampamentos nas duas margens de um arroio, hoje Passo da Ferreira: São Martinho, espanhol, à margem oeste e Santa Maria da Boca do Monte à margem leste. O local do acampamento português passa a ser chamado de Rua do Acampamento. Um lugar descrito anos depois por um visitante ilustre, Auguste de Saint-Hilaire (11/04/1821) como “…alegre e agradavelmente entrecortado de pastagens e bosques. De um lado, avista-se alegre planície, cheia de pastagens e bosques e do outro a vista é limitada por montanhas cobertas de espessas e sombrias florestas”.

De um punhado de barracos e tendas, evoluiu uma cidade pujante e cheia de vida, orgulho de todos nós, santa-marienses de nascimento ou de coração. Um centro urbano com fases bem definidas de desenvolvimento. O acampamento militar se transforma, pela primeira vez, com a chegada de imigrantes europeus trazendo novos modos e visões de vida, impulsionadoras do progresso. A inauguração, em 1885, da Gare da Estrada de Ferro Porto Alegre-Uruguaiana abriu novos horizontes para a cidade, que brilhou como centro ferroviário do Rio Grande do Sul até a destruição total dos caminhos de ferro do Brasil pelo rodoviarismo.

Aniquilamento este iniciado no final da década de 1950 e finalizada nos anos 1980. Mas Santa Maria, já então, contava com outro dínamo propulsor de seu desenvolvimento: a dedicação à educação, ao Ensino Superior. A criação da Associação Santamariense Pró-Ensino Superior (Aspes) capitaneada pelo então jovem Doutor José Marianno da Rocha Filho, o Marianinho, marcou o início de uma nova fase de prosperidade.

Na terceira década do século 21, Santa Maria está em busca de um novo dínamo para continuar sua trajetória de desenvolvimento. Certamente, considerando o parque de instituições de ensino e pesquisa existentes, este dínamo está inexoravelmente ligado à ciência, à tecnologia e à inovação. Santa Maria precisa, portanto, de líderes, em nível local e nacional, que acreditem na ciência como mola propulsora da construção civilizatória. Para que se desenhe um futuro promissor se faz necessário garantir um governo não negacionista e conectado ao mundo moderno, acreditando na cultura, na ciência e na tecnologia como motores do avanço civilizatório.

Leia o texto de Neila Baldi

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