A vida pública marcada por cargos eletivos que se iniciaram na Assembleia Legislativa e chegaram à Câmara dos Deputados já somam duas décadas. Mas é uma fusão inerente à própria trajetória que caracteriza a atuação de Pedro Westphalen (Progressistas): a medicina e a política. Conforme o deputado reeleito com 114.258 votos, uma área foi decorrência da outra, embora o parlamentar tenha, também, como bandeiras prioritárias, o municipalismo e o agronegócio.
– Em 2002, me elegi porque, no ano anterior, o governo do Estado havia tido muitos problemas com o IPE, com pagamentos sindicais e precatórios. Me elegi exatamente para resolver isso. Foi ali que passei ativamente a participar da política partidária, pois na saúde eu já fazia política há tempo – conta.
Nesta eleição, ele foi o deputado mais votado pelo Progressistas no Rio Grande do Sul. Segundo a prestação de contas parcial divulgada pelo Tribunal Superior Eleitora (TSE), o total de despesas contratadas para campanha foi R$ 2.053.329,59, sendo R$1.395.220,99 já pagas.
O homem que, de acordo com seus assessorados, não gosta de proferir promessas, é um “viciado” em trabalho e tem uma energia admirável aos 71 anos. Preza muito pelo convívio familiar e tem uma certa dificuldade até de dizer quais são suas atividades de lazer.
– Meu pessoal cansa mais que eu. Os mais jovens não me acompanham. Não canso. A gente vai aprendendo a lidar, sabendo que a crítica faz parte e que os resultados motivam. Por isso, não pretendo parar. E gosto, sim, de pescar, assistir futebol, lembrando que, depois do Guarany de Cruz Alta, clube que fui presidente por 15 anos, torço para Grêmio (porto-alegrense). Mas, o que eu gosto é de trabalhar. E, ultimamente, o que tenho mais gostado é curtir meus netos, aproveitar esse tempo com a família, pois, há um ano, eu estava morto. Fiquei dias na UTI. Tive Covid e não era a hora (de morrer). A competência das equipes multidisciplinares da Santa Casa de Porto Alegre, de todos amigos que oraram por mim, de Deus e da fé me fizeram estar aqui – relata o deputado que é devoto de Nossa Senhora de Fátima, por coincidência, a padroeira da sua terra natal Cruz Alta.
Foi nesta cidade que Westphalen construiu a carreira e os próprios valores. Ele é saudosista ao contar, por exemplo, que passou pelos bancos escolares da Escola Annes Dias, antes de seguir com os estudos em Porto Alegre e, depois, a faculdade no Rio de Janeiro.
Antes de entrar na política, ele foi um dos fundadores do Sistema Sindical de Hospitais do Rio Grande do Sul, na década de 1990, e da Confederação Nacional de Saúde (CNS). Atualmente, é vice-presidente licenciado da Federação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) e diretor licenciado da CNS.
Como médico, Westphalen conta que já fez mais de 7 mil partos e com frequência se emociona ao encontrar pelo Estado afora muita gente crescida que ele ajudou a vir ao mundo. Outro aspecto profissional celebrado é ter feito, em 1984, um dos primeiros transplantes de rins do Estado:
– Tornei-me médico porque gostava de pessoas, e fui para política para melhorar a vida das pessoas No meu primeiro mandato, sei que me elegi mais por ser médico do que por ser político. Talvez, porque meu consultório nunca teve chave para quem tinha ou não tinha dinheiro. Eu atendia quem ia e depois se dava um jeito. Para fazer medicina e política tem de ter dois predicados mínimos: gostar de gente e não ter preguiça de trabalhar. E os nossos mandatos são feitos para melhorar a vida dos outros. A eleição é uma procuração do eleitor para a gente (deputados) fazer o melhor por eles.
REFERÊNCIAS
Jair Soares, um político filiado ao Progressistas e governador do Rio Grande do Sul pelo PDS entre 1983 e 1987, é uma figura citada por Westphalen por sua postura e modo de fazer política. Porém, o cruz-altense é convicto das próprias ideias e focado em projetos que deem resultados concretos à sociedade. Ele credita sua forma de governar às boas relações e ao respeito que mantém.
– Admiro vários políticos, mas vou pela minha cabeça. Tenho um estilo de fazer política que é construir pontes, respeitando as diferenças para o bem comum. Meu candidato, sem dúvida nenhuma é Jair Bolsonaro. Sou um deputado de direita, mas convivo com todos. Tenho adversários, mas não inimigos – afirma.
Projetos para região e para o Estado
Na Câmara dos Deputados, Westphalen é o atual vice-presidente da comissão de Seguridade Social e Família. Entre suas pautas, tem discutido a desoneração da folha de pagamento do setor de saúde e a compensação de dívidas de Estados com a União. Durante a pandemia de Covid-19, foi relator da MP 1026/2021, que facilitou a compra de vacinas para o Brasil, e presidiu a Frente Parlamentar de Imunização. Em defesa das cidades, foi presidente da comissão especial que analisou a PEC que elevou em 1% o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Na região, tem como objetivo a duplicação da BR-158, que sai de Cruz Alta, chega em Santa Maria e segue para Rio Grande pela BR-392, um corredor de exportação importante para economia gaúcha. Na região, Ele ainda pretende fomentar o turismo gastronômico. Westphalen ostenta iniciativas já realizadas como a duplicação do trecho da ERS-59, a Faixa Velha de Camobi, inclusive com a contrução de um viaduto e o Projeto de Aviação Regional (PAR), ação de quando foi secretário dos Transportes e que tinha por objetivo a ligação de cidades do Interior com Porto Alegre e São Paulo. Inclusive, Santa Maria terá voos direto para São Paulo a partir de novembro.
Trajetória
Pedro Bandarra Westphalen nasceu em Cruz Alta, 19 de dezembro de 1950Formou-se pela Faculdade de Medicina de Teresópolis, no Rio de Janeiro, em 1976É casado com a Lorene, pai de Graziela, Mário e Camila, e avô de Giovanni, Marcelo e VeraFoi diretor-geral do Hospital Santa Lúcia, em Cruz Alta, instituição fundada pela sua famíliaIniciou sua carreira política como deputado estadual em 2002, eleito com 36.044 votosFoi reeleito para o segundo mandato com 44.079 votosNo dia 01 de janeiro de 2007, assumiu a Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia, iniciando a construção da Lei da InovaçãoEm 2010, foi eleito pela terceira vez como deputado estadual, com 72.910 votosEm 2013, Westphalen exerceu a função de Presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do SulNas eleições de 2014 foi reeleito para seu 4º mandato no Legislativo estadual, com 65.134 votosEm 1º de janeiro de 2015, foi nomeado Secretário dos TransportesNa eleição estadual de 2018, Pedro se elegeu deputado federal com 97.163 votos
Nas urnas
A candidatura de Pedro Westphalen cresceu, e o deputado foi reeleito com 114.256 votos, 17.093 a mais que a última eleição. A cidade natal Cruz Alta garantiu a votação mais expressiva, além de se destacar no Vale do Taquari. Confira também os votos de Westphalen nas 10 maiores cidades da área de cobertura do Diário
Santa Maria – 2.106São Gabriel – 36Cruz Alta – 17.429Santiago – 1.705Rosário do Sul – 518Caçapava do Sul – 362São Sepé – 385Tupanciretã – 2.002Júlio de Castilhos – 1.571São Francisco de Assis – 283Em Porto Alegre – 2.520