Desaparecimento

Pastor e o missionário da Igreja responsável pelo batismo não foram localizados

Pamela Rubin Matge

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No quarto dia após o desaparecimento de Rafael Carvalho, 15 anos, que sumiu no Rio Jacuí durante uma cerimônia de batismo na tarde da última sexta-feira em Restinga Seca, um inquérito policial foi aberto. A ocorrência foi registrada nesta segunda-feira como "desaparecimento de pessoa" na delegacia da Polícia Civil de Restinga Seca. De acordo com a delegada que investiga o caso, Elizabete Shimomura, o pai, a irmã e uma tia de Rafael já prestaram depoimento. O pastor e o missionário ligados à igreja evangélica Senhor Jesus Cristo, com sede em Agudo e que foi a responsável pelo batismo no rio, não foram localizados.

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- Nos relatos há uma contradição. O pai e a irmã afirmam que a iniciativa de fazer o batismo naquele dia foi do missionário. A tia diz que foi Andreza (irmã de Rafael) quem teria marcado hora e local. Agora, iremos procurar o pastor e o missionário em suas residências. Eles não atenderam aos telefonemas e serão intimados a depor - informou a delegada.

Segundo relato da mãe do adolescente, a dona de casa Zenilda Passos Carvalho, 41 anos, o missionário da igreja Senhor Jesus Cristo em Agudo, conhecido como Clóvis, teria ido até a casa da família para convencer o menino a se batizar na tarde da última sexta-feira. Na ocasião, o menino estava sozinho com a irmã Andreza Carvalho, 20 anos. Os pais não foram consultados sobre o assunto, e o adolescente teria ido contrariado ao batismo:
- De tanto insistir, insistir e insistir, a Andreza acabou decidindo se batizar, e acabaram arrastando o guri para cá. Enxerguei ele saindo de casa pela porta, todo desanimado e entrando em um carro branco - relatou, emocionada, a mãe do adolescente, enquanto fazia vigília à beira do rio desde as 7h desta segunda-feira.

Na manhã desta segunda-feira, a reportagem do Diário procurou pelo missionário e pelo pastor Alenir Werppe. Na sede da igreja, na Avenida Borges de Medeiros, no centro de Agudo, as portas estavam fechadas.
Moradores de Agudo afirmaram que o missionário mora há cerca de um ano na cidade e era funcionário do pastor na fábrica de farelo de arroz que pertence ao religioso, mas não souberam informar mais detalhes sobre onde o homem morava.
Na empresa da família, não foram encontrados nem o pastor nem o missionário. No local, só estava o filho de Werppe e outro homem que se dizia funcionário, mas que não quis se identificar. O filho confirmou que o missionário Clóvis trabalhava na empresa da família, mas não havia comparecido ao trabalho na manhã desta segunda-feira, e que o pai não tinha conhecimento do batismo e não estava mais em Agudo. 

Até as 18h desta segunda-feira, três mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Santa Maria procuravam pelo adolescente no Rio Jacuí. Em um barco particular, dois voluntários que moram no interior de Restinga Seca também auxiliavam nas buscas. De acordo com o comandante das buscas, Jônatas Gabriel de Souza, Rafael chegou a pedir socorro. Contudo, o local onde ele sumiu oferecia perigo, e "

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