Pastor diz que pandemia deixou as pessoas mais vulneráveis

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O Diário da Esperança recebeu o sociólogo e pastor da Igreja Batista Nacional (IBN) Levi Schmitt de Oliveira no programa Direto da Redação, para falar sobre sua compreensão diante da pandemia do Coronavírus. Oliveira chegou a ser internado, em março, devido à infecção pela Covid-19, e acredita que a tranquilidade em esperar o agir de Deus foi um dos fatores que contribuíram para sua recuperação. Ele também fala sobre reflexões proporcionadas pela pandemia.

Diário - Como sua religião explica ou justifica o momento difícil da pandemia?
Levi Schmitt de Oliveira - É comum as pessoas culparem a Deus. A gente vê isso com frequência, pessoas que por conta do sofrimento, questionam a Deus. É importante pensarmos sobre a responsabilidade do homem sobre o que está acontecendo. Vemos muitas ações irresponsáveis da humanidade que desencadeiam em problemas sanitários. Mesmo sabendo sobre a incidência do homem sobre a natureza, Deus é soberano para intervir, mas ele tem seus planos e propósitos, que muitas vezes não nos é claro. Registros da antiguidade e de caráter profético falam sobre surgimento de pragas. Sabemos que precisamos buscar a Deus para enfrentar a situação e superá-la da melhor forma possível.

Diário - Como está o atendimento aos fiéis?
Oliveira - Quando há um tempo de calamidade, é normal que as pessoas se sintam mais vulneráveis. Elas encontram em Deus soluções para enfrentar suas dores. Ao pensar em Deus, naturalmente as pessoas pensam em pessoas que possam servir de intermediário com Deus, A igreja está para este fim. Não somente como porta voz, mas com a finalidade de trazer a mensagem vinda de Deus. Diante do quadro que estamos vivendo, vejo medidas de cuidado que estão sendo tomadas. Nossos cultos têm sido online. Nós temos atendimentos por meio digital, mas também temos casos específicos que atendemos presencialmente com todos os cuidados possíveis. Chega o momento que as pessoas precisam de um amparo pastoral, um suporte presencial. A igreja tem se envolvido em projetos sociais, já entregamos centenas de cestas básicas.

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Diário - Que lições a pandemia trouxe e como podemos contribuir neste momento?
Oliveira - Nós passamos a pensar o que vale a pena na vida. De repente estamos cercados de pessoas que amamos que estão partindo. A reflexão é automática, o que estou fazendo da minha vida? Quais são minhas prioridades? Pessoas que estão vivendo para coisas materiais e supérfluas acabam questionando o valor da vida e desenvolvendo a espiritualidade. Temos a reflexão no lado familiar. Vejo como oportunidade de pais e filhos estarem mais próximos, do casal evoluir no diálogo, na compreensão. Oportunidade de nutrir os relacionamentos com virtudes que trazem benefícios incalculáveis para a família. E por fim, a solidariedade. Não olharmos mais apenas para nossas demandas pessoais, mas olharmos ao próximo.

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Diário - Uma mensagem para as pessoas que estão sofrendo por conta da Covid.
Oliveira - Gostaria de lembrar três grandes atributos de Deus: Deus é Onisciente, ele sabe tudo que está acontecendo. Nada está oculto. Ele sabe do teu drama, da tua situação. Deus é onipotente, ou seja, ele tem todo o poder. Se você buscar a Deus com fé, ele pode. Não significa que determinadamente ele vai, mas pode mudar o quadro, mudar a situação, assim como mudou a minha quando estive internado algumas semanas atrás. O terceiro atributo, Ele é Onipresente. Basta você voltar seu coração para Ele, e vai perceber que ele está ao seu lado. Essa percepção de que não estamos só, que existe um Deus tão grande ao nosso alcance, traz sossego e paz para alma, de que independentemente do que você possa estar passando, ele pode mudar a tua história. O sofrimento você vai transpô-lo debaixo da graça de Deus. Essa é uma palavra de esperança e de futuro para você.