reportagem especial

Os impactos do fim do auxílio emergencial para quem mais precisa

Natália Müller Poll

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Foto: Anselmo Cunha (Especial)

Disponibilizado pelo governo federal ainda no começo da pandemia, o auxílio emergencial proporcionou que a parte mais vulnerável da população pudesse enfrentar a Covid-19 com dignidade e, pelo menos, com o mínimo de comida na mesa. Isso porque as medidas de isolamento social acabaram com muitos empregos formais e informais, deixando muitas famílias sem renda. O benefício foi um respiro e a salvaguarda para milhões de brasileiros.

Daniel Coronel, professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM, alerta para o possível colapso na economia do país, já que a crise vai levar milhões de pessoas a cruzar a linha da pobreza extrema. Saídas, para as famílias que vinham se mantendo apenas com o benefício e agora já estão com as panelas quase vazias, são questionadas cotidianamente por Franciele Silveira e Angélica de Fátima, que se preocupam em como alimentar os filhos sem o auxílio e sem um emprego.

Na última semana de janeiro, foram liberados os últimos pagamentos. E assim, foram encerrados os trabalhos de socorro do governo que, em Santa Maria, beneficiou quase 70 mil pessoas. No Brasil, a estimativa é de que o fim do auxílio vá deixar mais de 60 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e outros 20 milhões em situação de pobreza extrema.

Além disso, a população tem de lidar com a alta taxa de desemprego e os preços cada vez mais altos em alimentos básicos nas prateleiras dos mercados. O desemprego foi um dos primeiros reflexos da pandemia. Conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre março e junho de 2020, 2,6 mil pessoas foram demitidas somente no setor de comércio e serviços da cidade.

CRISE
Arroz, feijão, carne, legumes e leite são alimentos básicos do brasileiro, que fazem parte da cozinha mais humilde, até a mais refinada. Esses alimentos tiveram uma alta, em média, de 14% nas prateleiras dos mercados. A valorização do dólar contribuiu para a inflação de 4,52% em 2020 - a maior registrada desde 2016, quando o quadro político e de finanças era bastante desfavorável.

Os impactos do rompimento da relação do governo com o cidadão mais vulnerável serão grandes e as perspectivas econômicas, que aguardam o povo brasileiro em um futuro próximo, não são boas, segundo os economistas que apostam na implementação de novas políticas públicas e programas sociais.

Outro aspecto é como alimentar uma família em tempos difíceis. Segundo a nutricionista Elsa Karsburg, vale tentar outras alternativas para uma dieta saudável, gastando menos. Enquanto isso, em Santa Maria, muita gente ainda depende inteiramente da solidariedade para ter um prato de comida. Com pouco ou sem dinheiro, o cidadão tem a opção das cozinhas comunitárias e do restaurante popular para ter acesso à alimentação.

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