Artigo

OPINIÃO: Um país em chamas

Marta Tocchetto

As queimadas aumentaram no Brasil cinco vezes em relação a 2016. O mês de setembro foi o que registrou os maiores índices, desde que o INPE passou a monitorar esses eventos. A prática de colocar fogo em campo é muito comum nas regiões Norte e Centro-Oeste, mas não é exclusiva. Atear fogo para “preparar” a terra ocorre em todo o Brasil. A dificuldade para a fiscalização é um dos fatores de crescimento. 

Foto: Elias

OPINIÃO: Estatais, para que as quero

A queimada é uma prática arcaica que, apesar do resultado rápido para retirar a cobertura de vegetação, provoca exaustão e perda dos nutrientes essenciais do solo, tornando as terras áridas e inférteis. A recuperação exige o uso de fertilizantes químicos que, com o tempo, são lixiviados para os cursos d’água, destruindo a vida aquática e poluindo os rios. As queimadas são atos criminosos! O ano de 2017 está sendo especialmente seco, o que agrava o uso dessa prática. 

OPINIÃO: O clássico argumento de quem não tem argumento

Diversos parques nacionais e unidades de conservação transformaram-se em verdadeiros braseiros com a morte de árvores, aves, mamíferos e insetos. Pássaros agonizantes como em uma dança macabra fogem desesperados. Um verdadeiro extermínio em massa. O triste disso tudo é que esta destruição tem o dedo do homem. Somos a espécie que provoca as destruições mais profundas. E pensar que nos consideramos os seres mais inteligentes, os mais racionais. Os que se encontram no topo da cadeia alimentar. Nos comportamos como animais adestrados que repetem o movimento correto para ganhar um petisco ou, o contrário, corrigem quando privados do que gostam. 

Não é isso o que acontece quando recebemos algum benefício ou alguma punição por um ato certo ou errado? Quando as coisas no âmbito ambiental e social demoram a acontecer, justificamos que o processo de educação é demorado. Demorado quanto? Quantas vidas serão necessárias para que a educação ocorra? Atos simples como não jogar lixo no chão, separar resíduos, poupar água, representam um grau de dificuldade gigantesco. Basta darmos uma caminhada pelas ruas da cidade para encontrarmos bitucas de cigarro, copos plásticos e papéis pelo chão. 

OPINIÃO: A travessia que precisamos enfrentar 

Estou ficando desacreditada com a justificativa de lentidão. Estou acreditando mais em falta de inteligência. As árvores são essenciais à vida. As árvores mantém a qualidade do ar. Tem a nobre função da retirada do gás carbônico nos devolvendo o oxigênio, sem o qual morremos. Servem de abrigo para diversas espécies. Fornecem alimento e sombra. Contribuem para a conservação do solo e da água. Precisam mais motivos para não destruí-las? Precisam mais motivos para ver as queimadas como um crime contra a humanidade? Nos falta pensamento coletivo: pensar que todo e qualquer ato pode impactar e desequilibrar um sistema harmoniosamente organizado. Zelar pela harmonia e equilíbrio é zelar pela vida. Pense nisso quando for jogar uma bituca de cigarro pela janela do carro, como se o ambiente fosse um cinzeiro particular. Os pequenos atos pode ganhar dimensões incontroláveis. Isso vale também para o bem e para o certo.      


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