Incauta corrente de opiniões, de rasa avaliação, insiste em afirmar que a malfadada situação enfrentada pelo País se trata de colapso institucional.
Para estes, e para outros a eles somados, agora em exercício de dolosa falácia, o Brasil necessita de radical guinada de trajetória, a ponto, inclusive, da suspensão (ainda não ouvi opinião de relevância em conteúdo ou volume pela extinção, mas...) das atividades das instituições democraticamente concebidas.
Equivocam-se a tal grau que sequer se dão conta de que dizem o que dizem, onde dizem, tão somente pelo fato de que são as instituições que atacam quem lhes assegura o direito de manifestação.
Não enxergam, ou fingem não enxergar, que o Congresso Nacional sobrevive incólume, por décadas, ao costumeiro ir e vir de corruptos que dele se aparelhou para o enriquecimento individual.
Ignoram que o Executivo, mesmo tendo sido ocupado por inúmeros energúmenos, ou larápios do patrimônio público, quando não as duas coisas, remanesce impávido, como se nunca tivesse sido aviltado.
Creem que o judiciário todo dança a mesma música, redundando dilapidado por chanceladores das barbaridades vistas, em quem todos os malfeitos contra a nação encontram guarida sob a forma de impunidade, como se o dito poder só contasse com um único juiz que trabalha.
Ora, são os mesmos que bradam contra Constituição Federal sem sequer conhecer a cor da sua capa...
É passada a hora de reconhecer que as instituições basilares do Estado Democrático de Direito merecem e necessitam defesa ardorosa contra os que mais gravemente as atacam: seus agentes...
Sim, os setores, quinhões, partes, parcelas, frações de tantos quantos fazem do Executivo, Legislativo e Judiciário, vítimas como cada brasileiro que os sustenta.
Não há, pois, crise institucional ao passo que ela é de ordem moral, imputável não a entes, mas a indivíduos.
Assim sendo, como sabido, não basta, nem cabe, a implosão de instituições consagradas e resistentes, tampouco sua substituição por outras sem qualificação técnica ou designação constitucional para a condução dos destinos da nação.
O primordial e inadiável é o aprimoramento humano, anímico e moral do Brasil.
Para tanto, somente alterar as cores das vestimentas de seus agentes para verde, azul ou branco é insuficiente.