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OPINIÃO: Professor

Anny Desconzi

Ao longo da minha vida, tive muitos professores, lembro de cada um deles, desde a minha primeira professora, que por coincidência era também minha tia, até os últimos, dos meus cursos de pós-graduação. Dos mais sérios e quietos aos mais falantes e extrovertidos, todos tiveram um papel importante na minha vida, e lembro deles constantemente com muito carinho. Mas nesta semana dedicada aos professores, quero falar sobre uma em especial e por meio dela homenagear todos os professores, não apenas os que contribuíram para a minha formação, mas aqueles que fazem do ensino a sua missão de vida.

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Após completar o Ensino Fundamental, apesar de a maioria das minhas amigas terem optado por cursar o Ensino Médio regular, optei por cursar o normal-magistério, pois pretendia ser professora. Lá, conheci a professora Solange Kraetzig, sua disciplina era língua portuguesa, que aprendi a gostar pela paixão que ela tinha ao dar suas aulas. Com postura que impressionava, suas aulas eram sempre dinâmicas e, não raras vezes, com música. Aprendíamos a língua portuguesa cantando as músicas das Califórnias e das Tertúlias. 

Um certo dia, uma colega foi perguntar se em uma de suas aulas poderíamos cantar uma determinada música que era uma versão americana. Ela, com toda a sua simpatia e alegria, respondeu que, através das músicas apresentadas em suas aulas, tínhamos a possibilidade de aprender, além da língua portuguesa, um pouco da nossa cultura. Percebendo o desconforto da aluna, perguntou-lhe: “Já ouviu falar em Abraham Lincoln?”. E completou: “Na próxima aula vou trazer a carta que esse presidente americano escreveu para o professor de seu filho”.

E a aula seguinte foi sobre o que é ser professor, a importância do mestre na formação do aluno e a confiança que os pais depositam nos professores para a formação de seus filhos.  Mesmo apresentando a profissão de professor através de lentes cor de rosa, tal era sua paixão pelo que fazia, mostrou-nos que o mais importante na vida é fazermos aquilo que amamos, que nos dá prazer, pois a profissão de professor exige muita dedicação, abdicação e comprometimento. Ninguém pode ser feliz tendo que fazer por 25 anos algo que não gosta. 

Com ela, aprendemos que o professor que gosta do que faz tem luz própria, e essa luz acaba por iluminar o caminho dos seus alunos, despertando neles o prazer do conhecimento. O verdadeiro professor não se importa em ganhar fama, reconhecimento geral. O mais importante é conduzir o aluno no caminho do aprendizado, contribuindo para a formação de cidadãos, mesmo permanecendo no anonimato da vida, nos rincões afastados de nosso país.

Ensinou-nos que o professor é um multiplicador de esperanças, de sonhos e de amanhãs. Trabalham com afinco, rompendo obstáculos, lançam-se no trabalho cientes de que podem ajudar a construir o futuro de seus alunos. Ser professor é possibilitar ao outro as condições necessárias para a superação de suas limitações, para a concretização de seus ideais. É impulsionar e capacitar para a vida, oportunizando a aquisição de conhecimentos essenciais para uma existência digna e promissora.

Tive a sorte de ter convivido com verdadeiros mestres, em especial com a professora Solange, que me auxiliou nos meus primeiros passos na carreira do magistério, proporcionando-me lembranças positivas de instantes vívidos de amizade, de sorrisos encorajadores, de detalhes de incentivos, de cumplicidade, de conhecimentos que me acompanharão por toda a vida. 


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