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OPINIÃO: O difícil caminho de volta à normalidade do país

Anny Desconzi

Pelo país afora, salários parcelados, lojas fechando, serviços públicos precarizados, e a violência cada vez mais ocupando as primeiras páginas dos jornais. No meio disso, está um povo, que apesar de em alguns momentos apresentar bom humor – característica intrínseca do brasileiro – preocupado, descontente e indignado com o momento pelo qual passa o país. Os efeitos dessa desorganização chegaram aos lares dos brasileiros. Segundo o IBGE, o número de desempregados ultrapassa a marca dos 14 milhões, número que impressiona por ser maior que a população de países como Bolívia, Paraguai e Portugal.

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A crise política tem reflexos diretos na crise econômica, pois essa se agrava pela perda de confiança não apenas dos investidores quanto ao rumo do país, mas de toda a população do que pode se esperar do futuro. A insegurança acaba por afastar investidores e a falta de investimentos retarda a recuperação da economia.Diante dessa realidade será árduo o caminho de volta à normalidade, à estabilidade, à respeitabilidade, à ordem. 

Um país normal é a principal demanda política da sociedade. Mas o que é normal, então? Neste momento, onde os caminhos escolhidos pelos políticos foram opostos aos interesses do Brasil, mesmo diante de tantas explicações contundentes como: ¿rouba, mas faz¿, ¿ladrões são todos¿, ¿não tem solução¿, ¿sempre foi assim¿, não devemos, nem de longe, imaginarmos que isso é ¿normal¿, pois é a manobra para anestesiar moralmente a sociedade. 

Conviver com a corrupção não pode ser o ¿normal¿ de uma sociedade, pois se assim for, com certeza, essa sociedade está ¿doente¿. A normalidade é um atributo desejável da vida diária, o que se relaciona com o estável e, por conseguinte, tudo o que se opõe ao desequilíbrio, ao caos. ¿Normal¿ representa o acordo da maioria em um país onde as divergências, as disputas são geralmente constantes, mas há respeito às leis, democraticamente instituídas, e igualdade de oportunidades para os cidadãos.

Moderação, equilíbrio, igualdade e respeito, principalmente, à lei é a exigência da sociedade para seus líderes. Tanto é assim que poderia muito bem ser dito que nas eleições previstas para outubro do próximo ano terão mais chance de ganhar quem convencer as massas de que a sua proposta é a portadora desse desejo, desse sentimento.Normal é uma sociedade na qual a convivência adequada entre o costume e a lei é instituída. Normal como prática social está relacionada com ¿certeza¿, ¿segurança¿, que é o oposto de perigo. É verdade que os desafios ao ¿normal¿ não devem ser subestimados. 

Normal, como qualquer realização política, contém sua própria contradição, seus próprios excessos e abusos. É o que acontece quando o normal se torna uma aceitação passiva ou uma submissão a uma ordem injusta. O normal de uma sociedade legalmente constituída deve ter como lição de casa, na nossa convivência cotidiana, a ordem e o respeito aos direitos sociais, e eles não podem ser apenas o desejo de nossos futuros líderes, mas deve ser o de cada um dos cidadãos, na família, no trabalho e na comunidade.

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