Artigo

OPINIÃO: O berço do cooperativismo

Eduardo Rolim

Desde os primórdios da civilização, o homem desenvolveu práticas de ajuda mútua: para a caça de grandes animais, na agricultura, na defesa e na organização social. Na natureza, encontramos organizações sociais avançadas, como nos formigueiros, cupinzeiros e nas colmeias de abelhas. Os leões caçam em grupo, num exemplo de cooperação.

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Em 1534, Inácio de Loyola, um ex-militar católico, funda a Companhia de Jesus. Esta ordem religiosa, desde o seu início, dedicou-se à propagação da fé católica romana e ao ensino. Essas práticas, aliadas ao ascetismo e à dedicação total, atraíram o idealismo da juventude e logo propagou-se pelo mundo. Em 1549, juntamente com Tomé de Souza, chega ao Brasil e ao Novo Mundo o primeiro jesuíta – Manoel da Nobrega. Veio com a missão de impor as regras da Ordem ao Governo Geral que se instalava. Logo na sua chegada, encontrou o problema da escravização dos índios ao qual se opôs, tornando-se protetor dos selvícolas e contrariando os interesses dos senhores portugueses aqui já instalados. Em 1553, outro jesuíta – José de Anchieta – vem se incorporar ao trabalho de Nóbrega. Dotado de grande inteligência, Anchieta aprendeu rapidamente a língua geral dos índios. Formulou uma gramática e dedicou-se intensamente ao ensino, fundando vários colégios, entre eles o Colégio São Paulo, origem da grande metrópole. 

Acompanhando a iniciativa de Portugal, o rei da Espanha começa a enviar jesuítas para as suas colônias na América, onde, desde o início, dedicam-se ao aldeamento das tribos nas chamadas reduções. Dotados de uma formação cultural profunda, souberam institucionalizar o modo de viver dos tupis-guaranis, originalmente apreendidas do modelo civilizatório dos incas. Nas reduções, estabeleceram uma organização que respeitava a cultura dos índios e aperfeiçoou suas práticas de produção agrícola. Com os jesuítas espanhóis, veio o gado vacum e equino, introduzindo novas práticas, logo absorvidas pelos índios. Aqui, os jesuítas conheceram a erva-mate e o seu uso. Durante 150 anos, desenvolveram uma civilização que chegou a rivalizar com a europeia em muitos aspectos. O grande diferencial era o modo de viver sem competição, cada um realizando suas tarefas, numa harmonia coletiva desconhecida no Velho Mundo. 

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Os relatórios periódicos que chegavam à Espanha e a Roma, difundiram-se pela Europa e chegaram ao conhecimento dos filósofos e pensadores que, ao final do século XVIII, debatiam-se com os grandes problemas sociais causados pela primeira Revolução Industrial. Contra a grande concentração de riqueza nas mãos de poucos e a miséria generalizada, começaram a surgir as Utopias Sociais. Pensadores como Charles Fourier, Louis Blanc, Phelipe Buchez, Robert Owen e outros iniciaram tentativas de corrigir os problemas através da autoajuda. Surgiram assim, principalmente na Inglaterra, várias iniciativas de associações comunitárias para resolverem os problemas, prioritariamente os de consumo de gêneros alimentícios. Foi assim que, em 1844, em Rochdale na Inglaterra, surgiu a primeira organização cooperativa. Os 28 tecelões, conhecidos como os Pioneiros, fundaram uma organização autogerida, princípio básico do cooperativismo. Depois deles, num encadeamento surpreendente, foram surgindo outras formas de cooperação como as de crédito, as de serviços, etc...

 Filósofos como o Conde de Saint-Simon, Charles Gide e outros, conhecidos como “Os Socialistas Utópicos”, desenvolveram ideais de organização social fundamentadas na cooperação. Essa é a solução!


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