A homossexualidade sempre esteve presente na história da humanidade. Saber que, por exemplo, Leonardo da Vinci (1452-1519) e Oscar Wilde (1854-1900) precisaram “se esconder no armário” para sua sobrevivência e possibilidade de deixarem impressos na história seus grandes feitos, já foi de difícil compreensão. Imaginem nos dias atuais precisarmos “engolir” tanta intolerância. Pois acredite: essa polêmica volta a ser discutida em pleno século 21, ano de 2017!
Alguns (poucos, felizmente) insistem em dizer que é doença. Outros expressam que o juiz da 14ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal “só” autorizou o atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re)orientação sexual, garantindo-lhes, assim, a plena liberdade científica acerca da matéria. Porém, no momento que se põe em dúvida questões já vencidas anteriormente, coloca-se algumas pessoas em risco. Quem? Exatamente: os homossexuais.
Você já refletiu em que momento se identificou como heterossexual? Pois é. É igual para os homossexuais. Nasceram assim. No entanto, muitos enfrentam problemas com a família e a sociedade para serem acolhidos, pois estariam “fora da norma”.
Só para lembrar: o Conselho Federal de Psicologia, na década de 1990, já apresentou evidências científicas e técnicas de que não se trata de doença. A homossexualidade não é considerada patologia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) – entendimento reconhecido internacionalmente. As terapias de reversão sexual não têm resolutividade, como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico.
Abrir novamente essa discussão no país que mais mata a população LGBT, é instigar mais violência. É reproduzir discursos de ódio. É estimular que famílias sigam não compreendendo e não aceitando a homossexualidade de seus filhos(as) e busquem tratamento para o que já foi constatado que não é doença. Há muitas pesquisas identificando depressão e tentativa de suicídio entre os homossexuais por esses “simples” fatores.
No Brasil, segundo apontam as estatísticas, só no ano de 2016 ocorreram 347 mortes notificadas da população LGBT. Estima-se que a cada 28 horas, um homossexual morre de forma violenta no país. Hoje, se uma pessoa sofrer uma agressão física ou for xingada, pelo fato de ser homossexual, ela vai chegar numa delegacia de polícia para prestar queixa, mas não vai conseguir registrar o caso como homofobia. Porque não existe esse crime na legislação brasileira. A homofobia ainda não é considerada crime. Uma sociedade que cultiva a intolerância, o desamor, a impaciência é, sim, uma sociedade doente. Mas já melhoramos. Muitas famílias compreendem e mudam o discurso. Empoderam seus filhos(as) e ajudam a traçar destinos que desviam hostilidades.
Corrupção e mau caráter, sim: isso deveria incomodar, e muito. Esses são aspectos que você pode escolher.
As maiores doenças são o preconceito e a intolerância. E para a cura desses dois problemas da humanidade precisamos de mais amor, por favor!
Dicas de filmes sobre o tema: Orações para Bobby, A Garota Dinamarquesa, Moonlight.