Operação Santidade: prefeitura de Itaara suspende atendimento presencial em oito setores para reestruturação

Lenon de Paula

Operação Santidade: prefeitura de Itaara suspende atendimento presencial em oito setores para reestruturação
A medida pontua a reestruturação que está sendo estabelecida no Executivo após a Operação Santidade, deflagrada pelo MPRS em 17 de novembro e que culminou no afastamento do então prefeito Silvio Weber (PSB) e mais dois servidores. Fotos: Eduardo Ramos

A prefeitura municipal de Itaara publicou decreto nesta terça-feira (29) onde determina a adoção de expediente exclusivamente interno por sete dias em oito setores do Executivo, incluindo o gabinete do prefeito e a procuradoria jurídica. 

Conforme o decreto, a medida ocorre em decorrência da Operação Santidade, deflagrada pelo Ministério Público no dia 17 de novembro e que suspendeu o exercício do cargo de prefeito municipal de Itaara, Silvio Weber (PSB), da secretária municipal de Educação,  Luciane de Andrades Lemos, e do diretor de serviços do município, Victor Flores Niederauer. 

A medida também pontua a reestruturação que está sendo estabelecida no Executivo após a operação, devido a necessidade de “reorganização de fluxos administrativos”. Conforme a publicação, as substituições de determinadas chefias resultaram no aumento no volume de trabalho.

– A prefeitura não irá fechar as portas, pelo contrário, estaremos empregando todos os nossos servidores para dar vazão ao enorme quantitativo de trabalho que está pendente em algumas repartições. Ressaltamos que as secretarias essenciais, assim como os setores de arrecadação e de engenharia seguem com atendimento normal ao público externo – explicou a prefeita em exercício Salete Desconzi.

O expediente interno ocorrerá até a próxima terça-feira (06). Até lá o atendimento ao público ocorrerá somente por e-mail e telefone nos dias úteis das 8h e às 14h. Confira abaixo os setores que terão o atendimento presencial suspenso e o e-mail e ramal telefônico* para contato.

Gabinete do Prefeito | gabineteprefeito@itaara.rs.gov.br ; 2201

Procuradoria Jurídica | procuradoria@itaara.rs.gov.br ; 2202/2207

Controle Interno | controleinternogab@itaara.rs.gov.br ;  2203

Secretária de Desenvolvimento Agropecuário e Meio Ambiente | agricultura@itaara.rs.gov.br ou meioambiente@itaara.rs.gov.br ; 2203

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Cultura | setur@itaara.rs.gov.br ; 2215

Secretaria de Finanças | financas@itaara.rs.gov.br ; 42221/2219/2218

Secretaria do Planejamento e Gestão | planejamento@itaara.rs.gov.br ; 2210/2213

Secretaria Extraordinária | gabineteprefeito@itaara.rs.gov.br ; 2201

* O telefone principal da prefeitura de Itaara é (55) 3227-2000

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Entenda o caso

A operação, denominada “Santidade”, foi deflagrada no dia 17 de novembro com 12 mandados de busca e apreensão na sede do Executivo Municipal, na Câmara de Vereadores, nas residências dos investigados e na sede empresarial de um dos envolvidos. Foram afastados do exercício do cargo por 180 dias o prefeito municipal de Itaara, Silvio Weber (PSB), a secretária municipal de Educação,  Luciane de Andrades Lemos, e o diretor de serviços do município, Victor Flores Niederauer. O nome é uma alusão ao prefeito de Itaara, apelidado de “Padre” pelo sacerdócio por ele desempenhado na igreja da comunidade.

A investigação revelou um esquema criminoso supostamente capitaneado pelo prefeito, de direcionamento de certames públicos, com objetos superfaturados. Em um deles, o prejuízo aproximado alcançou o montante de R$ 471.106,63. Há suspeitas, ainda, do pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos, com consequente desvio de rendas públicas. Os mandados, cumpridos também nos municípios de Santa Maria e Tupanciretã, foram determinados pela 4º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Segundo o MPRS, o pedido cautelar de afastamento do chefe do Executivo Municipal foi necessário para evitar a consumação de novos delitos que estavam na iminência de ocorrer, bem como para garantir o prosseguimento das investigações sem interferência direta da prova.

Prefeito investigado afirmou ser vítima de uma armação

Em entrevista ao Bom Dia, Cidade!, da CDN, o prefeito afastado, Silvio Weber, confirmou que foi cumprido um mandado de busca e apreensão em sua casa. Suspeito de ser o mentor intelectual, Silvio nega a participação e afirma ser uma perseguição do vereador e presidente da Câmara de Vereadores, Robertson Tatsch, também conhecido como “Mano Zimmermann”.

— Fizeram uma busca e apreensão que teria droga e dinheiro em casa. Não tem nada. Tudo é uma armação para tentar me incriminar. É o presidente da Câmara que me persegue há dois anos direto — comentou o prefeito afastado.

Em relação ao presidente do Legislativo, o Ministério Público investiga, ainda, um assalto à casa de Zimmermann em novembro de 2021, e que “o autor intelectual” seria, supostamente, o prefeito Sílvio Weber, que antes de entrar para a política partidária era pároco de Itaara — que está atualmente licenciado do sacerdócio.

Ao vivo no F5, Zimmermann, por sua vez, afirmou que, como chefe do Legislativo, delibera a partir da decisão da Câmara, e que não há perseguição.  

— A alegação é infundada. Não existe perseguição política. O fato é que os bandidos que invadiram minha casa foram condenados a doze anos e meio e eu sei que o Ministério Público estava tentando uma delação pra eles apontarem o mandante. Eu não sei informações, mas acredito por isso citarem essa questão e fizerem essa operação de hoje, eles devem ter provas contundentes, né? — acrescentou o vereador.

Sobre esse fato específico, o promotor Antonio Kepes, disse que a denúncia chegou ao Ministério Público e que está sendo investigada há alguns meses. Segundo ele, o roubo teria como objetivo “a subtração de aparelhos digitais (computadores e notbooks), que, em tese, teriam provas de incriminação do prefeito em fatos que já estavam em andamento na CPI do Legislativo.

As investigações foram conduzidas pelo promotor de Justiça Antonio Képes, com a coordenação do procurador de Justiça Ricardo Felix Herbstrith, coordenador da Procuradoria da Função Penal Originária. Também participaram da operação os promotores de Justiça Heitor Stolf Júnior, Karina Bussmann e Marcelo Dossena Lopes dos Santos. A Brigada Militar, por meio da Força Tática do 1º Regimento de Polícia Montada de Santa Maria (1ºRPMon), apoiou os trabalhos.

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