No Brasil, cerca de 80 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza ou extrema pobreza, aponta pesquisa

Agência Brasil

No Brasil, cerca de 80 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza ou extrema pobreza, aponta pesquisa
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Nesta sexta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou dados que fazem parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira 2022. Entre uma série de indicadores, o estudo apontou que, em 2021, o Brasil bateu o recorde de pessoas em situação de pobreza e de extrema pobreza. Ao todo, quase uma em cada três pessoas no país, o equivalente a 29,4% da população, estava em situação de pobreza até pelo menos o ano passado e quase uma a cada dez pessoas, 8,4% estava na pobreza extrema.

Segundo a publicação, o país tinha, até o ano passado, 62,5 milhões de pessoas em situação de pobreza, ou seja, com renda diária de menos de US$ 5,5 dólares por dia, cerca de R$ 28,65, e 17,9 milhões em situação de extrema pobreza, com renda diária de menos US$ 1,90 por dia, aproximadamente R$ 9,90. Os critérios aplicados são do Banco Mundial. Tanto os números absolutos quanto as porcentagens são as maiores desde o início da série histórica, em 2012.

Ainda, entre 2020 e 2021, o contingente abaixo da linha de pobreza cresceu 22,7%, o que significa mais 11,6 milhões de pessoas nessa situação, e o das pessoas na extrema pobreza aumentou 48,2%, ou mais 5,8 milhões.

As crianças e adolescentes com menos de 14 anos são as maiores vítimas da pobreza. Até o ano passado, 46,2% dessa população estava abaixo da linha da pobreza, o maior percentual desde 2012.

Desigualdade

De acordo com a pesquisa SIS, a pobreza não atinge igualmente a todos os grupos sociais. A publicação mostra que a proporção de pretos e pardos, conforme a definição do IBGE, abaixo da linha de pobreza (37,7%), é praticamente o dobro da proporção de brancos (18,6%). Em relação as regiões do país, o Nordeste (48,7%) e o Norte (44,9%) tinham as maiores proporções de pessoas pobres.

Em 2021, o rendimento domiciliar por pessoa caiu para R$ 1.353, o menor nível desde 2012, e o Índice de Gini, instrumento para medir o grau de concentração de renda, voltou a crescer e chegou a 0,544, segundo maior patamar da série.

Os 10% da população com os menores rendimentos tiveram a maior redução, perdendo em torno de um terço do rendimento entre 2020 e 2021. O mesmo grupo teve o dobro de perdas das demais classes de rendimento entre 2019 e 2021. No extremo oposto, os 10% mais ricos perderam, entre 2019 e 2021, 11,2% dos rendimentos e, entre 2020 e 2021, 4,5%.

Insegurança alimentar

A pesquisa SIS mostra, ainda, que aumentou a insegurança alimentar no país. Isso ocorre quando as pessoas não têm acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para a nutrição e, consequentemente, sobrevivência.

O percentual de domicílios do país em situação de segurança alimentar, ou seja, que conseguem prever refeições, caiu de 65,1%, em 2004, para 63,3% em 2018 e para 41,3% em 2021. Segundo a publicação, como o principal acesso a alimentos é realizado via mercado, a evolução da renda média e das condições do mercado de trabalho são fatores determinantes para a determinação do nível de segurança alimentar, dado que o ato de se alimentar depende, essencialmente, do poder aquisitivo da pessoa.

Segundo a SIS, a desvalorização do real, a inflação, o aumento do trabalho informal são também fatores que impactaram na segurança alimentar da população durante a pandemia.

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