
Raul Maxwell nasceu em Cacequi e teve uma infância com leitura regrada. Sua grande inspiração era o pai, que lia o jornal todos os dias para ele. O hábito fez com que, o agora compositor, começasse a ler com 5 anos. Nessa fase, qualquer papel com escritas era motivo para descobrir novas palavras, desde a bula de remédio até as enciclopédias.
- Transformei-me em um "rato" de biblioteca. Depois, com a influência musical de ícones como Zeca Baleiro, Chico Buarque, Milton Nascimento, Elis Regina, Betânia e Teatro Mágico, a escrita de composições começou a fluir - conta Maxwell.
Em 1983, o compositor veio para o coração do Rio Grande estudar Administração na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Nessa época, ele conheceu o músico Renato Mirailh. Como Maxwell não era músico, ele se dedicou a compor as letras que, depois, receberiam os arranjos do amigo e parceiro musical.
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Em 2010, Maxwell ingressou em um grupo independente de escritores da cidade. Uma vez por semana, eles se encontram para conversar, tomar uma bebida e trocar
ideias literárias.
- Foi com esse contato que me aventurei em outras produções. Comecei a escrever contos, crônicas e poemas. Essas reuniões informais colaboram para o nosso processo criativo - explica o compositor.
Parcerias musicais
A empreitada de Maxwell e Mirailh na música já rendeu muitos frutos. Eles já participaram de diversos concursos musicais e de tertúlias.
Além disso, Maxwell compôs sete, das 10 letras que compõem o CD Azuleza, de Mirailh.
No cenário nacional, uma música da dupla de amigos ganhou destaque: Criatura de Babel foi gravada pelo
cantor Fagner.
- Essa composição foi inscrita em um concurso do Banco do Brasil, em 2002. Ela ficou entre as 16 finalistas, e o próprio Fagner pediu para
gravá-la - lembra.
Maxwell também é reconhecido pelo seu trabalho com músicas infantis, com parceria de Marcelo Schimdt. Elas podem ser conferidas no livro musical Brasil, Baú, Criança.
- Compor para crianças me faz ter mais cuidado com as letras. Elas aprendem muito cantando, e o retorno delas, se gostaram ou não, é muito rápido - brinca o compositor.
Histórias que viraram canções
Sobre suas inspirações, Maxwell diz que, geralmente, a composição acontece de forma natural. Ela pode surgir a partir de uma foto, uma palavra ou um acontecimento.
Inspiradas em histórias vividas, confira ao lado a origem de algumas músicas:
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O Choro Virou Samba, 2006 - "O Renato estava lendo o jornal e, na capa, havia a foto de uma sambista chorando, com o título O Samba Virou Choro. Achamos que a situação poderia virar um samba. Escrevi a letra, o Mirailh colocou a melodia, inscrevemos no Festival de Música Carnavalesca de Santa Maria e ganhamos".
Samba Pra Mim e Azuleza, 2002 - "O professor Maucio Rodrigues fez um desafio: pesquisou uma lista de títulos de música que não existiam para eu compor para o CD autoral de Renato Mirailh. Dessa lista, duas foram escritas e uma se tornou o título do á"