Na série Papo de Escritor dessa semana, conversamos com a poetisa Haydée Hostin Lima

Foi entre recortes de jornais e cópias de poemas em diversos cadernos que a poetisa Haydée Hostin Lima mergulhou no universo da leitura e da escrita. Desde a infância, ela vivia cercada de livros e revistas. Sua primeira paixão e descoberta literária foi o livro Alice no País das Maravilhas, depois os livros do Monteiro Lobato.

- Quando descobri e li Pequena História do Mundo para Crianças, isso me influenciou a escolher a minha profissão: professora de história. Ao longo da vida, sempre li textos que fossem interessantes para mim, e não apenas o que era obrigatório da escola - explica a professora sobre suas escolhas.

Versos: escrita pela alma

Natural de Paranaguá (PR), veio ainda criança para Santa Maria devido à transferência do pai que era militar. Aqui, cursou o Ensino Fundamental e Médio e o curso de História, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição, atual Unifra. Nesse período surgiu a Haydée escritora.

- Durante a faculdade, comecei a criar os meus poemas. Ainda os escondia dos meus colegas. Aí, comprei uma antologia poética dos autores modernistas e estudei a escrita deles. Eu organizava os textos em cadernos, o que foi fundamental na minha prática como escritora - esclarece.

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Em 1973, já casada, mudou para Santana do Livramento, retornando ao coração do Estado anos depois, já viúva. Nesse retorno, ela ainda trabalhou alguns anos como professora e, em seguida, veio a aposentadoria.

- Com o tempo livre, resolvi ir atrás de um curso de pintura. Mas não deu certo, o que eu gostava de fazer mesmo eram versos. Nesse momento, eu me sentia como poetisa.

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Ao largar as aulas de pintura, Haydée começou a frequentar oficinas literárias oferecidas na Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide. Desses encontros, teve a primeira publicação de um livro de poemas. Com esse mesmo grupo de oficineiros, foi criada a Casa do Poeta.

- Foi muito marcante para mim. Poder estar juntos com esses amigos e escritores e iniciarmos as atividades com a Casa foi muito significativo. Nesse momento, me fortaleci como poeta. Comecei a escrever mais, a inscrever para concurso e ganhar alguns - lembra a poetisa.

Quanto às suas inspirações, Haydée comenta que gosta de escrever sobre as emoçõese e o cotidiano. Ela não se preocupa em pensar em um tema único para compor um livro.

- Sou muito visceral, minha poética é espontânea, conforme as coisas acontecem, eu escrevo. Até por que acredito que, quando o livro mexe com a pessoa, é porq"