Mudanças de temperatura provocam crises alérgicas e doenças como gripe e resfriado

Espirros e tosses são barulhos que as pessoas costumam ouvir mais durante o inverno. Isso porque são sintomas de doenças que se agravam e se manifestam com mais frequência com a chegada da estação mais fria. As baixas temperaturas e a redução da umidade são propícias para aumentar a proliferação de doenças respiratórias e alérgicas, que são mais frequentes quando os termômetros despencam.

Mas, em um inverno como o deste ano, com variações entre dias quentes e outros frios, quem vira protagonista são as doenças de origem alérgica, especialmente a rinite e a asma. As duas vilãs das oscilações de temperatura são doenças de base genética, de acordo com a explicação de Júlio César Sarturi, médico pneumologista. Elas são alteradas por fatores ambientais, inclusive o clima, que são responsáveis pelas manifestações de crises.

_ A rinite e a asma, que são doenças alérgicas respiratórias, são de hipersensibilidade climática. O que acontece é que o sistema respiratório funciona bem em uma determinada quantidade de umidade no ar. Se  ambiente está muito seco ou muito úmido, o corpo já pode manifestar crise. A quantidade de umidade ideal é entre os 40% e os 60%. Abaixo ou acima desse valor já é ruim para os alérgicos.

Nunca é tarde para diagnosticar

O médico lembra que as duas doenças podem se manifestar em qualquer idade, desde a infância até a fase adulta, quando os casos são menos frequentes, mas não são raros. Poeira, pó, mofo, alterações climáticas, são alguns fatores que contribuem para crises alérgicas. Sarturi usa como exemplo um paciente que mora no Nordeste e que teve diagnóstico de asma apenas quando se mudou para o Rio Grande do Sul, pela diferença climática. Pacientes podem ter reações apenas em locais mais frios ou com maior variação de temperatura.

Sarturi lembra que em crianças de até 3 anos de idade, em média, fica mais difícil de diagnosticar a asma, já que os pequenos podem ter sintomas parecidos, mas que sejam de outras doenças, como a tosse com chiado:

_ Claro que, se a criança tem várias crises, tem outras pessoas asmáticas na família, pode ser considerado, mas depende do caso.

Nesta terça-feira, a pequena Emanuelli Herdies Becher, 10 meses, teve de receber atendimento médico. Conforme a mãe, Alessandra Herdies, 38 anos, desde a quinta-feira da semana passada, a menina teve crises de tosse.

_ Trouxe ela na quinta, na sexta-feira e hoje (terça-feira). Ela está fazendo nebulização a cada 20 minutos, e estamos aguardando o que a médica vai dizer e se vai ter que fazer mais exames. Em casa, também está fazendo nebulização, e eu e o pai dela estamos muito atentos. Tomamos cuidado para ela estar sempre bem agasalhada _ conta a mãe.



A pediatra Rosângela Lovato, do Pronto-Atendimento do Patronato, alertou para a possibilidade de que Emanuelli seja asmática, já que seus irmãos também são. A mãe explica que, dos quatro irmãos da pequena, dois são asmáticos e dois sofrem de rinite. A médica mudou a medicação, e a pequena voltou para casa, onde seguiu com as nebulizações e com o tratamento indicado.

Quando procurar o médico

Conforme a pediatra Rosangela Lovato, se o paciente já tem histórico destas doenças ou alguma alergia, deve procurar um profissional. Casos de febre alta (acima de 38,5ºC) e que durem mais de 48 horas também inspiram cuidados médicos.

O atendimento vale também para situações em que a tosse provoque falta de ar ou dure mais do que três dias, ou ainda, em casos de febre com convulsões. Medicações para febre que já foram recomendadas por médico podem ser utilizadas em casa. Também é indicado o uso de soro para a área dos olhos e do nariz, em casos de irritação. A médica lembra que as "receitas da avó" também podem ser uteis:

_ Para crianças de mais de 1 ano, o mel é um f"