depois de briga

Moradores temem pela segurança nos arredores da Praça Saturnino de Brito

Camila Gonçalves e Thays Ceretta

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Dois dias após a briga generalizada na Praça Saturnino de Brito, o cenário da praça era o mesmo, de abandono, pichação, pessoas dormindo nos banco, falta de segurança e bastante movimento, na tarde desta segunda-feira. A feira de produtos coloniais funcionava normalmente, porém era possível sentir a apreensão de quem transitava e ouvir entre uma conversa e outra o espanto do que havia acontecido.  

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Se, para alguns, a bagunça é motivo de surpresa, para outros é algo corriqueiro. Moradores dizem estar acostumados com este tipo de situação que na maioria das vezes começa na quinta e se estende até sábado. Há anos a Praça é o ponto de encontro dos jovens que se juntam para conversar e beber, mas acabam criando confusão.

- Ouvi o barulho da minha casa, todo final de semana é assim, até os dias que não tem boate. As pessoas bebem e perdem a noção. Fazem xixi por tudo. O comércio de bebidas no entorno da praça prejudica, ele podem até trazer de casa, mas depois compram. Quando tem vestibular é a mesma coisa, mas tem a presença da polícia, daí o barulho é menor - comenta Joaquim Lito, 77 anos, aposentado que mora há 25 anos na Rua Duque de Caxias.

A falta de policiamento ou de rondas é uma queixa comum entre os moradores e trabalhadores da região. Em reunião realizada nesta tarde entre representantes da prefeitura e autoridades de segurança pública que atuam na cidade, foi decidido que haverá mais policiamento e fiscalização no local, na tentativa de coibir a violência nos arredores da praça, que já foi cenário de depredação, assaltos e perturbação do sossego em outras ocasiões. 

O aposentado Alexandre Grellmann, mora há 32 anos na Rua Doutor Bozano e já perdeu as contas de quantas vezes fez reclamações. O barulho e o vandalismo são constantes, casos como ao que aconteceu no fim de semana, são registrados desde a década de 80 e poucas ações amenizaram o problema.

- Eu já tenho um tampão para colocar no ouvido e dormir no quarto da frente. Às vezes tenho que ir para o dos fundos. A gente liga para o 190 e dizem que é para avisar a Guarda Municipal, mas nada adianta. Já teve briga, esfaqueado, morte, tiro. Está uma terra sem lei. Teve uma época que eu lutava sozinho, ligava para todo mundo, até que eu resolvi filmar o que faziam e entreguei na Brigada, aí resolveu um pouco - conta Grellmann.

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Segundo o morador, a presença de policiais ou equipes da Guarda Municipal pode ajudar a inibir as ações. O aposentado cita a vez em que deram um tiro, e a bala atravessou a persiana e passou pelo quarto da família, enquanto ele e a esposa dormiam.

Para evitar prejuízos aos lojistas e com medo pela falta de segurança na região, moradores de um prédio decidiram fechar a galeria já que o local servia de passagem de gangues, pessoas armadas e até feridas.

- O fechamento da galeria é exclusivamente pela insegurança que estamos tendo aqui na rua, principalmente na praça onde envolve diversas situações. Inclusive por situações que os nossos porteiros passaram, foram atacados tentando inibir algumas ações, assim a gente se sentiu um pouco mais seguro - avalia Rosane Beatriz Schmidt Marques da Rocha, síndica do edifício.

No ponto de táxi que fica na praça, os motoristas presenciam este tipo de acontecimento quase que todo o final de semana. Com as brigas, os carros são atingidos, portas amassadas, vidros quebrados, são alguns dos problemas que eles já enfrentaram. Até o local de trabalho já foi alvo de vandalismo, o ponto foi arrombado e os criminosos levaram celular e televisão.

- A gente vê cada coisa que ninguém imagina, se tivesse a polícia ia ser melhor. Final de semana sempre tem briga e quando acontece isso, a gente já sai do ponto. A gente fica apreensivo e preocupado, como vamos trabalhar sem segurança? A praça está abandonada, mas isso é o de menos, falta policiamento - completa o taxista Flávio Moraes, 56 anos.

A BRIGA
Por volta das 6h de sábado, uma briga generalizada teve início em um dos pontos mais movimentados de Santa Maria. Dois vídeos que circulam em grupos do WhatsApp foram enviados ao Diário e mostram uma confusão que dura mais de 4 minutos, onde grupos aparecem trocando socos, pontapés, pedradas e golpes com pedaços de madeira e de concreto dos bancos da praça. Em um dos vídeos, dois homens aparecem saindo da porta de uma casa noturna e atirando para cima. Em seguida, os grupos dispersam e a briga acaba.   

A Brigada Militar afirma ter recebido um chamado às 6h30mim. Quando a viatura chegou ao, local a briga já tinha se dispersado. Algumas pessoas foram levadas para a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Santa Maria. Horas antes, às 22h, uma guarnição da BM esteve no local fazendo procedimento de abordagem de pessoas e de veículos. Ao final da briga, bancos da praça foram quebrados e havia sacolas plásticas no chão.

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