Passado um dia de um dos maiores sustos que levou na vida, a aposentada Sandra Fruet, 57 anos, continuava limpando e organizando o apartamento onde mora com a família na tarde desta quinta-feira. Apesar de a cozinha e a sala do duplex, no quarto andar de um prédio na Rua Coronel Niederauer, ainda estar com os móveis e objetos fora do lugar, ela e o marido estão aliviados porque ninguém se machucou.
Na tarde de quarta-feira, a caixa d'água do condomínio Malaga, que ainda está em construção, estourou. Cerca de 60 mil litros de água do reservatório do prédio em construção invadiram o edifício Saint Claire, que fica ao lado. Na parte de cima do duplex onde Sandra mora, quase nada ficou no lugar. Os vidros, que fechavam a sacada, foram estilhaçados. Móveis e eletrodomésticos da cozinha ficaram destruídos.
_ Fui até as 2h só lavando a louça e tirando os cacos de vidro da cozinha. Não consegui dormir. Fiquei a noite inteira pensando no meu neto. Ainda bem que, naquele dia, ele estava no andar de baixo. Se não, sabe-se lá o que poderia ter acontecido _ comenta.
Mas ainda há muito trabalhado a ser feito. Ontem, os operários do Malaga cuidavam dos reparos. José Carlos Fruet, 59 anos, marido de Sandra, comprou máquina de lavar, geladeira e fogão novos ontem mesmo. O casal conta que os prejuízos serão pagos pela MP Construtora, empreiteira do Malaga.
_ Já veio o senhor que vai colocar a porta na sacada. Daqui a dois dias, deve ficar pronta. Agora, não adianta chorar, tem que trabalhar para arrumar tudo _ conclui Sandra.
Prédios não correm risco
O secretário de Defesa Comunitária Adelar Vargas, que também é o coordenador da Defesa Civil do município, deve voltar ao local na manhã de sexta-feira. Ele explica que o órgão vai acompanhar os reparos nos edifícios. Segundo Vargas, nem a estrutura do prédio em construção e nem do prédio atingido estão comprometidas depois do acidente.
No local onde estourou a caixa de água foi colocado uma tela de proteção. Marcelo Portella, engenheiro responsável pela obra, acredita que um defeito na fibra do reservatório pode ter levado ao acidente. A construtora deve investigar o que aconteceu.
_ O que eu acredito que aconteceu ali foi, infelizmente, um defeito na fibra, e o reservatório gerou vácuo. O que gerou o dano foi a pressão porque, se a tampa da caixa estivesse aberta, por exemplo, a água apenas escorreria. O que aconteceu foi atípico _ explica o engenheiro.
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