Moda: (ainda) veste privilégios na coluna de Letícia Sarturi

Mirella Joels

Moda: (ainda) veste privilégios na coluna de Letícia Sarturi

A história da moda indica o quanto ela já foi utilizada para marcar papéis sociais e como símbolo de status. Olhando para o presente, a moda ainda atua favorecendo algumas pessoas e excluindo outras. Pensando nisso: você se considera um/a privilegiado/a pela moda? Se tu nunca parastes para refletir sobre isso, eu te faço esse convite.

O privilégio refere-se a facilidade de acesso sobre algo. Na moda, ele envolve classe, corpo, cor e faixa etária. Quatro recortes que constituíram o perfil visto como referência de “sucesso” (encontrado entre as principais produtoras de conteúdo de moda do país) dentro do segmento: branco, jovem, com corpo magro (e tonificado) e com poder aquisitivo.

O favoritismo na moda está na praticidade de encontrar roupas que atendam às necessidades e diversidade de corpos, sem que isso seja uma busca longa e exaustiva. Entre tantas maneiras, ele também se manifesta por meio do tratamento recebido dentro das lojas e se a roupa foi produzida para garantir independência para as pessoas com mobilidade reduzida se vestirem.

Representatividade gera mudanças

Um dos caminhos para romper com alguns desses privilégios dentro da moda pode estar na representatividade. Afinal, ela traz a necessidade de refletir a diversidade. Apesar de ser comum associá-la à publicidade, a representatividade deve estar presente em vários âmbitos, como na produção de moda.

A indústria precisa agregar profissionais que tragam diversidade, sejam conscientes das lacunas do setor e capazes de contribuir para a construção de uma moda democrática e inclusiva.

A consciência e a representatividade necessárias no mundo na moda foram acompanhadas nos desfiles de moda da marca de underwear Savage x Fenty, da Rihanna. As apresentações das coleções se tornaram um verdadeiro “show”, lembrando os desfiles promovidos pela grife das “angels” no quesito estrutural, como um espetáculo. Entretanto, o foco da grife da cantora é oposto e traz referência a diversidade.

Créditos: Instagram @savagexfenty

A mudança na produção de conteúdo também permite que a gente reflita sobre assuntos que deveriam ser vistos como naturais, mas que ainda são tabus: como o envelhecimento.

Aos 100 anos, a influencer Iris Apfel, é um ícone da moda através de seus looks exuberantes, influenciou pesquisas sobre moda e mostrou que estilo não tem idade. Esses exemplos revelam que a representatividade, a acessibilidade e assegurar o direito de escolha são urgentes num mundo fashion marcado por privilégios e padrões.

Créditos: Instagram @iris.apfel

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Moda: Patrick, o DJ Smith, dá dicas de estilo e conforto com looks vintage Anterior

Moda: Patrick, o DJ Smith, dá dicas de estilo e conforto com looks vintage

Pintura do prédio da SUCV está na fase final Próximo

Pintura do prédio da SUCV está na fase final

Geral