Ainda é cedo e faltam dados para avaliar se a paralisação dos policiais militares está gerando mais crimes em Santa Maria ou no Estado. Mas a sensação de medo certamente está maior. Paralelamente à solidariedade com as famílias que estão sem receber integralmente os salários, os gaúchos convivem com o sentimento de insegurança frente a assaltos e aos boatos de arrastões e rebeliões.
Lágrimas de PMs expõem uma situação inédita a todos nós
À exceção de ontem, dia em que militares do Exército foram às ruas para saudar a Pátria, e nenhum roubo a estabelecimento foi registrado, nem na Polícia Civil nem pela Brigada, os dias anteriores foram de uma sucessão de ocorrências do tipo na cidade.
"O nível de estresse está muito elevado", afirma comandante regional da BM
Entre o começo da tarde de sexta e a manhã de domingo em Santa Maria, ocorreram nove assaltos. No mais recente, as vítimas foram um casal de idosos, de 65 e 71 anos, que tem uma loja de materiais de construção no bairro Tomazetti, na região Sul. Armados com revólveres, dois homens entraram na loja e renderam os donos e o neto, de sete anos, que estavam no local. Os bandidos obrigaram as vítimas a deitar no chão enquanto pegavam dinheiro e objetos pessoais.
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A filha do casal, Luciane Bitencourt, 36 anos, que tem um salão de beleza nas proximidades, conta que acionou a Brigada Militar (BM) pelo 190, logo após a saída dos bandidos do local, mas os policiais não apareceram.
"O nível de estresse está muito elevado", afirma comandante regional da BM
Disseram (a BM) que mandariam uma viatura, mas ninguém apareceu. Eles não vão mais abrir aos domingos, como faziam diz Luciana, acrescentando que uma agropecuária e um minimercado foram alvos dos criminosos há pouco tempo.
A sala de operações da Brigada Miliar nega ter recebido a chamada na manhã de domingo.