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Maior evento de economia solidária da América Latina, Feicoop começa nesta sexta-feira em Santa Maria

Maior evento de economia solidária da América Latina, Feicoop começa nesta sexta-feira em Santa Maria

Fotos: Nathália Schneider (Diário)

Desde 1994, a Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), em Santa Maria, movimenta a economia local, valoriza a agricultura familiar, além de proporcionar encontros e trocas, por meio das oficinas e de seminários formativos, com pessoas de vários lugares do Brasil e de outros países. A 29ª Feicoop, no Centro De Referência De Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, começa nesta sexta-feira (7), com abertura oficial às 16h, e vai até domingo (9), com o encerramento às 18h. A programação desta edição é extensa para a população aproveitar os três dias do tradicional evento. Neste ano, a feira teve em torno de 600 inscrições de expositores e vai contar com uma estrutura de lona no Parque da Basílica da Medianeira, com 76 expositores da agroindústria. Já na parte cultural, o diferencial é o 1º Festival Internacional de Arte AfroLatina, durante o sábado (6), a partir das 15h, na Gare.


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O tema da Feicoop deste ano é "Construindo a sociedade do Bem Viver: por uma ética planetária". A feira é organizada pelo projeto Esperança/Cooesperança, da Arquidiocese de Santa Maria, e tem o apoio da prefeitura, do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).


Conforme o coordenador do projeto Esperança/Cooesperança, José Carlos Peraconi, conhecido como Zeca, 58 anos, a maioria dos expositores são da parte do artesanato, mas a feira também vai ser marcada por muitos empreendimentos da agroindústria, floricultura, horticultura, panificados e doces.


– Na "cidade de lona" que estamos construindo no Parque da Medianeira, a novidade dessa edição é o "lonão" com 76 expositores da agroindústria. Em 2021, foram 45 expositores da agricultura familiar, mas em outro lugar. Neste ano, a demanda foi maior.


Convite da Irmã Lourdes Dill

A importância da irmã Lourdes Dill para a economia solidária é uma marca de Santa Maria. Em 2022, foi a primeira edição da Feicoop sem a irmã. No mesmo ano, ela foi transferida pela Arquidiocese de Santa Maria para Barra do Corda, no Maranhão. Nesta 29ª, mesmo presente na cidade, ela não vai conseguir participar, por causa da recuperação de procedimento cirúrgico. Embora não consiga comparecer fisicamente, a irmã deixou um recado nas redes sociais do Feirão Colonial.


Na mensagem, Lourdes convidou a todos para participar de mais uma edição do maior evento de economia solidária da América Latina. No vídeo, ela conta que participar do evento é uma experiência 'aprendente e ensinante', palavras clássicas da religiosa.


As expectativas para esta edição estão altas. Ano passado, segundo o coordenador do projeto, passaram pela feira de 130 a 140 mil pessoas, durante os três dias. Zeca espera que o número deste ano seja igual ou superior a 2022.


Caravanas de outras cidades

A Feicoop sempre foi marcada pela interação de pessoas de vários lugares do país que promovem a economia solidária, por meio da produção, distribuição e consumo. A prática, que é o conceito da Feicoop, tem o objetivo de diminuir a desigualdade, através da economia colaborativa. Por isso, não seria diferente nesta edição ter caravanas do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Paraná. Além de dois grupos que vão vir do Uruguai e um da Argentina.


– As caravanas dos outros Estados são de expositores. Vamos receber bastante pessoas. Do Rio de Janeiro temos quatro ônibus que estão vindo. Em torno de 40 a 50 pessoas por veículo. De Minas Gerais, umas 56 pessoas também. Outros Estados vão ter representação, mas nem todos são expositores, vão ser mais representantes de entidades e gestores públicos ligados à economia solidária.


Projetos em exposição

Segundo informações divulgadas pelo projeto:

  • 44% dos expositores são de Santa Maria
  • 29% de outras cidades do Rio Grande do Sul
  • 13% do Rio de Janeiro
  • 14% são de estados como o Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo e Bahia

Lotação da rede de hotelaria

Com o fluxo de pessoas, os hotéis da cidade estão praticamente lotados, assim como em outros municípios da região, como São Pedro do Sul, Itaara, Faxinal do Soturno e Restinga Sêca, que já registram procuras por hospedagens para o final de semana. Para a rede de hotelaria Dom Rafael, que é parceira da Feicoop, as reservas começaram já no início do ano. Conforme o gerente comercial da rede, Alisson Greff, os quatro estabelecimentos em Santa Maria estão lotados a partir de sexta. Ao todo, os quatro hotéis da cidade contam com 250 apartamentos.  


– Além desses dois eventos, vai ter uma formatura de Medicina na UFSM que está movimentando os hotéis da cidade. Aqui também temos algumas vagas que vão ser ocupadas por participantes do concurso da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Para nós, 60% é da Feicoop, 20% do vestibular e 20% desses outros dois eventos.


Diferencial

Como em toda a Feicoop, sempre tem algo de diferente que vem para somar no evento. Um dos diferenciais desta edição é a presença do Banco Palmas, do Ceará. A instituição foi o primeiro banco comunitário brasileiro, fundado em 1998, pela Associação dos Moradores do Conjunto Palmeiras, um bairro de Fortaleza. A iniciativa tem como objetivo democratizar o acesso a serviços financeiros e bancários para a população em vulnerabilidade social daquela região. A moeda social, disponibilizada aos moradores que precisam, circula entre os empreendimentos credenciados ao projeto. Assim, circula a economia local.


Na Feicoop, os representantes do banco vão lançar o cartão da moeda social para ser utilizado em bancas que vão estar credenciadas ao projeto. O objetivo é reverter uma porcentagem do dinheiro, que seria utilizada para pagar as taxas das máquinas de cartão de crédito, para o evento. Além da moeda social como diferencial, o coordenador do projeto Esperança/Cooesperança afirma que toda área coberta no Parque da Medianeira vai ter ligação uma com a outra. Ele deu o exemplo de quem sair dos prédios, vai poder ir até os outros expositores por essas coberturas, que a organização está chamando de túneis.


Parte cultural

Outra novidade é o 1º Festival Internacional de Arte AfroLatina, que vai ocorrer na Gare, a partir das 15h às 23h30min, sediado pelo Ateliê da Estação. O festival foi pensado por coletivos de resistência artística e cultural de Santa Maria. A programação cultural vai contar com uma feira autônoma, batalha de rap, oficina de Candombe e muito mais.


A organização do evento na Gare relata que o intuito desta miscelânea de atividades é demonstrar as potências "culturais, vileras y artísticas" que a região central do estado possui, com uma programação desenvolvida de maneira autônoma, criando uma grande celebração da cultura em vida na cidade, independente, ativa e em pleno movimento. A ideia de participar da programação Feicoop é para receber os turistas e pessoas que já estão envolvidas no movimento da coletividade e da economia solidária.

Quem assina esta programação são as coletividades: Ateliê Grio, Bora Skatear, Aires de Candombe SM, Circo Sem Teto, selo Gadea, AteliêsGare, CoRap, Batalha da Roraima , Batalha da Gare, Batalha Riscaria, Grupo da Estação entre outros.



Geoparques da região marcam presença

E não podiam faltar os produtos dos famosos geoparques para deixar a edição mais completa. Estão confirmadas as presenças de representantes de três geoparques da região (Quarta Colônia, Caçapava do Sul e Raízes de Pedra - aspirante), bem como representação indígena com espaços especiais. Durante o evento, egressas das formações profissionais realizadas pelo projeto Progredir Geoparque Quarta Colônia, vinculado à subdivisão de Geoparques da UFSM, estarão expondo e comercializando produtos artesanais criados a partir dos cursos realizados pela ação.


Dentre os produtos que serão apresentados estão geleias e balas com frutas originárias da Mata Atlântica; bordados, crochês e trabalhos em tecidos desenvolvidos a partir das características da Quarta Colônia; acessórios inspirados na cultura afrobrasileira; além de produtos coloniais como conservas, bolachas, pães e alimentos inspirados nos dinossauros encontrados no território e plantas ornamentais.


Além de toda a extensa programação, a feira do cooperativismo vai realizar oficinas, seminários, rodas de conversa e como de costume, o acampamento do Levante Popular da Juventude, na Escola Estadual de Educação Básica Irmão José Otão, vai estar presente realizando atividades e participando da programação.

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