Economia Solidária

Chuva não atrapalha o início da 29ª Feicoop; abertura oficial ocorre às 16h desta sexta-feira

Chuva não atrapalha o início da 29ª Feicoop; abertura oficial ocorre às 16h desta sexta-feira

Fotos: Nathália Schneider (Diário)

Mesmo com chuva, a manhã do primeiro dia da 29ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), em Santa Maria, começou com muita alegria entre os expositores. No Centro de Referência De Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, na Rua Heitor Campos, comerciantes de diversos locais do Brasil e de outros países da América Latina, como Rio de Janeiro e Uruguai, se unem para compartilhar e fomentar a economia solidária. Como é tradicional da feira, o local conta com a presença de muito artesanato, brechós, produtos da agricultura familiar e de movimentos sociais. 

A abertura oficial ocorre às 16h desta sexta-feira. O maior evento de economia solidária da América Latina vai até domingo (7), com abertura às 7h até as 19h. São em torno de 600 expositores. No Parque da Basílica da Medianeira, a estrutura de lona abriga 76 comerciantes da agroindústria.  

Aprendente e ensinante 

Conforme Begair do Carmo Flores, 73 anos, uma das integrantes do projeto Esperança/Cooesperança, alguns expositores começaram a montar as bancas na quinta-feira, mas outros ainda estão para chegar, já que a abertura oficial é apenas na parte da tarde. Ela ressalta que as expectativas para a feira sempre são as melhores possíveis. 

– A Feicoop é muito mais que uma feira, é uma formação. Ela tem que ter essa parte, mas não é só acadêmica, é "aprendente e ensinante". Estamos aqui aprendendo e passando também, construindo conhecimento, pela busca de um mundo novo – reforça Begair.

"Aprendente e ensinante", citado por Begair, são palavras clássicas da Irmã Lourdes Dill. Em entrevista à CDN, a religiosa afirma que a feira sempre ajudou muito a cidade e o evento veio para transformar cada vez mais Santa Maria na capital da economia solidária. 

– Imagina quantos quilômetros eu caminhava pela feira, quando eu estava. Mas o médico recomendou que era melhor eu ficar em repouso. Mesmo não participando, quero agradecer a todo mundo que está na organização – comenta Irmã Lourdes. 

Expositores 

A artesã Eliana do Socorro de Alcântara de Lima

Com o lema ​"Construindo a sociedade do Bem Viver: por uma ética planetária", a feira do cooperativismo reúne pessoas com culturas e estilos diferentes. As vivências de cada expositor, na maioria das vezes, é mostrada nos produtos que comercializam, como é o caso da artesã Eliana do Socorro de Alcântara de Lima, 56 anos. A paraense veio do Rio de Janeiro para Santa Maria, pelo quarto ano, participar da feira. 

–  Nasci na Ilha de Marajó, no Pará. Por isso, todo ano participo para divulgar as culturas do meu Estado. Estou aqui com produtos maravilhosos, bombons de cupuaçu, taperebá, castanha-do-pará e a famosa cachaça de jambu, que não podia faltar, ela deixa a boca dormente, o pessoal pede bastante. 

Outros comerciantes que participam há bastante tempo são os irmãos uruguaios Fernando Silva Trindade, 67 anos, e Elza Silva, 73 anos. A irmã, que é da cidade de Maldonado, participa há 12 anos, e comercializa doces, marmeladas e licores. Fernando veio de Rivera e conta que começou a participar por causa do incentivo dela:

– Trabalho com tear, fazendo ponchos e palas com lãs de ovelha. Comecei a participar, porque minha irmã sempre comentava comigo da feira. Somos de uma família de artesões. A gente sempre espera que tenha bons negócios e também gostamos de reencontrar os amigos. 

Os irmãos uruguaios Fernando Silva Trindade, 67 anos, e Elza Silva, 73 anos

Afroturismo

No Parque da Medianeira, nesta edição, os 76 expositores e a praça de alimentação estão cobertos com lonas até o Centro de Referência De Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter para ninguém se molhar com a chuva. Em um dos corredores cobertos está os produtos dos geoparques. A presidente da Associação Quilombola da Quarta Colônia, Clédis Rezende de Souza, 54 anos, comenta que é o primeiro ano da comunidade Rincão dos Martimianos, de Restinga Sêca, na Feicoop.

– Fizemos o curso de afroturismo e com incentivo dos professores, a gente veio participar da feira. Estamos começando, fizemos um mutirão dentro da comunidade, tem produto de várias famílias, são 58 na associação (nem todas participaram), o que conseguimos fazer trouxemos para mostrar. Estamos começando o afroturismo na comunidade, então é importante contarmos nossa história, mostrar nossa culinária e aparecer nos movimentos – conta a presidente. 

Com a primeira participação na Feicoop, ela e os outros representantes da comunidade esperam dar visibilidade para o local e mostrar que a Quarta Colônia é mais que cultura e turismo italiano. Na banca, o pão, o bolinho e a broa de aipim fazem sucesso, além do doce de figo e de melancia


Membros da comunidade quilombola Rincão dos Martimianos, Clédis Rezende de Souza, Adão Juarez Punes e Elusa Medianeira Lopes Moraes

Público 

As expectativas para esta edição estão altas. Ano passado, segundo a organização do evento, passaram pela feira de 130 a 140 mil pessoas, durante os três dias. É esperado que nesta edição, o número seja igual ou superior a 2022. 

A comerciante Sandra Liane Souza, 46 anos, frequenta todo ano a feira. Ela relata que neste ano achou o espaço bem acessível e organizado. Além disso, pretende voltar nos outros dias para passear novamente pelo espaço. 


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