Promovido pela Rede Bandeirantes no Rio Grande do Sul, primeiro debate promovido por emissora de televisão entre oito candidatos ao governo do Estado ocorreu na noite de domingo (07). Edegar Pretto (PT), Eduardo Leite (PSDB), Luis Carlos Heinze (Progressistas), Onyx Lorenzoni (PL), Ricardo Jobim (Novo), Roberto Argenta (PSC), Vicente Bogo (PSB) e Vieira da Cunha (PDT). Foram convidados os candidatos de partidos com determinado número de parlamentares no Congresso.
Foram duas horas de confronto, divididos em cinco bloco. Os concorrentes fizeram perguntas entre si a partir do sorteio da organização do debate e pergunta entre adversários escolhidos pelos próprios candidatos. Houve provocações, tabelinhas, algumas propostas não tão aprofundadas e até momentos engraçados. Confira a seguir um resumo do que ocorreu na noite de domingo.
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Dividiram o ônus e bônus de Bolsonaro e Lula
Na primeira resposta, os candidatos Edegar Pretto (PT) e Onyx Lorenzoni (PL) deixaram claro que eram os representantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro (PL), respectivamente. Por esse motivo, tiveram, pelo menos, um enfrentamento sobre questões ideológicas e modelos de governo. Edgar questionou Onyx sobre em que momento ele e o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) romperam, já que seu partido fez parte da gestão tucano. Onyx contra-atacou com críticas aos governos petistas. O ex-ministro de Bolsonaro admitiu que sua legenda esteve no início do governo, mas decidiu sair. E contra-atacou com críticas aos governos petistas.
“A autoestima do brasileiro não existia pela roubalheira do petróleo, pela roubalheira do mensalão”, cutucou o candidato do PL. “Onyx, caixa dois confesso não pode falar em corrupção”, devolveu Edegar.
Ao longo do debate, tanto Edegar quanto Onyx defenderam os governos aos quais representam. Também faturaram com as ações positivas de Bolsonaro e Lula. “O que eu trago são escolhas, as escolhas feitas por Jair Bolsonaro no governo que eu ajudei a construir”, afirmou Onyx, citando crescimento da economia e o maio número de empregados no país. “Eu sou o candidato do Lula no Rio Grande do Sul”, disse Edegar, repetidas vezes, ao citar investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e políticas de combate à pobreza do governo petista.
O alvo e a pergunta mais embaraçosa
-O ex-governador Eduardo Leite foi alvo dos adversários, porém, não foi todo o debate. E questões sobre sua renúncia foram tratadas mais em perguntas e respostas sobre os adversários. Não foram direcionadas ao tucano.
Leite não atacou apenas em momentos se defendeu dos questionamentos dos outros concorrentes do ao Piratini, principalmente das críticas ao seu governo. Nas perguntas aos adversários, procurou sempre exaltar os feitos da sua gestão, como o equilíbrio das contas do Estado e a retomada do pagamento em dia dos servidores. Também procurou destacar as ações de seu antecessor, José Ivo Sartori (MDB), fazendo um afago, já que o emedebista era contrário à aliança com o tucano.
O momento mais embaraçoso foi quando o candidato do Novo, Ricardo Jobim, o questionou sobre ter renunciado ao cargo de governador e ter recebido pensão aos 37 anos de idade, abrindo mão depois que o Novo ingressou com uma ação. “Eu recebi o que estava disposto na lei, eu não constitui patrimônio na vida pública, eu me dedico à vida pública desde os meus 19 anos de idade, eu me sinto vocacionado para o serviço público”, respondeu Leite.
Foco nas ideias e a resposta que não era sua
Candidato do Progressistas, o senador Luis Carlos Heinze procurou focar nas bandeiras de sua campanha, como melhorias na educação e na infraestrutura do Estado. Apesar de apoiador do presidente Jair Bolsonaro, pouco colou na figura do chefe do país, ao contrário do ex-ministro Onyx Lorenzoni. Fez isso só no momento em que destacou a Lei da Liberdade Econômica.
Mas protagonizou um momento engraçado ao ser indagado pelo petista Edegar Pretto sobre o motivo da renúncia de Eduardo Leite. “Estou estranhando, essa pergunta tinha de ser feita ao governador, não para mim, mas vou tentar explicar”, afirmou, aos risos. “O projeto dele era governar o Brasil, sair do Rio Grande, ele não acabou conseguiu a vaga dentro do seu partido, nos estranhamos essa posição, ele disse uma coisa e não fez,”, acrescentou, aconselhando Edegar questionar Leite para ter uma melhor explicação.
Liberdade econômica e sem verba do Fundo
O candidato do Novo, Ricardo Jobim, se apresentou como “sou a novidade nesta eleição” e afirmou que seu partido não usa o Fundo Eleitoral para bancada a campanha nem o Fundo Partidário. Disse que sua plataforma é inspirado no modelo adotado em Minas Gerais, governado por Romeu Zema, também do Novo, que enxugamento da máquina pública.
De filosofia liberal, Jobim pregou a liberdade econômica, porque “O Estado precisa parar de atrapalhar as pessoas”, especialmente os pequenos empreendedores.
Sem entrar em polêmicas
Com a bandeira da educação e do emprego, o candidato do Partido Social Cristão (PSC), o empresário Roberto Argenta evitou entrar em polêmicas, mesmo quando o candidato fazia uma pergunta endereçada atingir algum adversário. Defendeu, especialmente, o desenvolvimento da Metade Sul com a instalação de indústrias e agroindústrias e plantação de Oliveiras, que aliás, ele cultiva no Recanto Maestro. Também defendeu o ensino técnico e a redução para 12 secretarias do Estado.
Contra privatizações e pelo turno integral
Do partido do líder Leonel Brizola, o ex-deputado Vieira da Cunha (PDT) se posicionou contra as privatizações no Estado, principalmente da CEEE Geração e Distribuidora, para equilibrar as contas públicas. “São recursos que se esvaem”, completou. Afirmou que o Estado precisa de “medidas estruturantes.”
Por mais de uma vez, defendeu o turno integral para reduzir a evasão escolar e qualificar a educação. Em alguns momentos, fez tabelinhas de perguntas e respostas com Edegar Pretto e Vicente Bogo, de espectro ideológico mais afinado com o PDT.
Tecnologia e empreendedorismo
Último a entrar na corrida ao Piratini, o ex-vice-governador Vicente Bogo (PSB) defendeu investimentos no empreendedorismo e na tecnologia para o aumento da receita. Ele substituiu ao ex-deputado Beto Albuquerque, que abriu mão da candidatura no início de agosto. Bogo, que foi vice do ex-governador Antonio Britto, afirmou que não há milagre para o equilíbrio das contas.
Para melhorias das contas públicas, ele defendeu, ainda, atração de empresas e qualificação da educação já no Ensino Médico para ofertar mão de obra qualificada.
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