Uma equipe do Instituto-Geral de Perícias (IGP) entrará no prédio onde funcionava a boate Kiss no dia 11 de março. A data foi marcada pela Justiça para a coleta de amostras das substâncias que entraram em combustão durante o incêndio que resultou na morte de 242 pessoas, em 27 de janeiro de 2013.
Serão recolhidos, especificamente, fragmentos do gesso inferior e superior que cobria o teto da boate e da lã de vidro que permeava as duas placas de gesso no teto (a pedido da defesa de Mauro Hoffmann, sócio da danceteria e réu no processo criminal) e materiais que revestem a parte superior do palco e adjacências (a pedido da defesa de Elissandro Spohr, o Kiko, outro sócio da danceteria).
Além dos peritos, poderão acompanhar o trabalho, dois oficiais de justiça e representantes das defesas dos réus, do Ministério Público e da Assistência de Acusação (uma pessoa e mais um assistente técnico de cada), desde que utilizem os equipamentos de segurança necessários fornecidos pelo IGP. A coleta antecede a limpeza e descontaminação do prédio, que inclui a retirada de entulhos e remoção de resíduos tóxicos.
Audiências serão retomadas em abril
O juiz da 1ª Vara Criminal, Ulysses Fonseca Louzada, também agendou o recomeço das audiências do processo criminal que tem como réus, além dos dois donos da boate, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor de palco, Luciano Bonilha Leão. A sequência para ouvir sobreviventes havia sido interrompida devido às festas de final de ano, período de férias e de Carnaval.
Serão cinco sessões, nos dias 1º, 3, 4, 8 e 16 de abril. O início será sempre a partir das 14h, com exceção do dia 8, que tem horário de início previsto para 10h. Serão ouvidas quatro vítimas em cada dia, exceto também no dia 8 em que devem ser ouvidas seis pessoas. Outras duas pessoas deverão ser ouvidas por meio de carta precatória _ uma em Bagé e outra em Teresina, no Piauí. Só depois de concluída esta fase, terá início a próxima etapa, que será de depoimentos de testemunhas, que assumem o compromisso de dizer a verdade, sob pena de serem responsabilizadas.
Loja terá notas fiscais apreendidas
Louzada também determinou busca e apreensão das notas fiscais emitidas pela Loja Kaboom (onde foram comprados os artefatos pirotécnicos usados durante a apresentação da banda e que, em contato com a espuma que revestia o teto do palco, provocaram o início das chamas), durante o período compreendido entre 1º de novembro de 2012 a 1º de maio de 2013.