Há anos sem acesso asfáltico, moradores querem o desenvolvimento da Região Central

Pâmela Rubin Matge

Há anos sem acesso asfáltico, moradores querem o desenvolvimento da Região Central
Fotos: Nathália Schneider (Diário)

Paulo Cezar dos Santos, 38 anos, nasceu em Jari quando ainda era distrito de Tupanciretã e, na infância, celebrou a emancipação em 1995. Dono de uma borracharia, diz que poderia comemorar o expressivo número de clientes que procuram o serviço para reparar pneus rasgados e aros tortos por conta dos trechos de chão batido que jarienses e comerciantes de outras cidades enfrentam. Porém, não seria justo. A mesma estrada que causa estrago nos veículos, é a que encarece produtos aos cerca de 3,5 mil habitantes e dificulta o acesso de quem precisa percorrer quilômetros por consultas médicas especializadas ou internação, já que não há hospital por ali. Há longa data, Santos ouve da família e da própria comunidade que a pavimentação asfáltica para chegar ao município de Toropi será realidade. A estrada foi até a prioridade apontada pelo orçamento participativo da cidade em mais de uma ocasião. Na extensão de 24 km, alguns bueiros e sinalizações chegaram a ser instalados para receber, posteriormente, o asfalto.  Mas a obra parou há alguns anos. Foi nos últimos meses, porém, que máquinas voltaram a trazer esperança aos munícipes. 

– Vamos ver se agora vai. Além do preço das coisas no dia a dia, outro exemplo de como a falta do asfalto nos prejudica é no nosso lazer. Gosto de rodeios e, na região, vamos a CTG’s de várias cidades, mas nem todos vêm até aqui porque precisam cruzar a estrada de chão. Nossos rodeios sempre são menores – conta o borracheiro.

A espera pelo asfalto e, por consequência, pelo desenvolvimento não é exclusividade de Jari. Outros seis municípios da Região Central sofrem com os caminhos pedregosos e aguardam, há décadas, por obras que até foram anunciadas, mas nunca concluídas. Alguns já sinalizaram alguns quilômetros com serviço adiantado como São Martinho da Serra e Tupanciretã, mas a dúvida de que o trabalho será finalizado gera desconfiança de quem depende da estrada para trabalhar, estudar ou ter opções de lazer.

– Sou vendedor e há 14 anos faço esse trajeto e “comi muita poeira”. A cada 15 dias, venho aqui para Jari, vou a São Martinho da Serra e outras cidadezinhas. Hoje ( ), atendi 18 clientes. Já vi muita gente na estrada, pneu furado ou atolado em dias de chuva – conta Carlos Oliveira, 62 anos.

Se no Interior o asfalto é a prioridade, em Santa Maria, a maior cidade da região, é pela melhora no fluxo do trânsito que entidades e representações políticas, cobram a duplicação da RSC-287, sobretudo a antecipação da duplicação dos 204 km de Novo Cabrais ao Coração do Rio Grande e do trecho da chamada Faixa Nova de Camobi, que ficou fora do contrato de concessão assinado entre o Estado e a concessionária Rota de Santa Maria, do grupo espanhol Sacyr.

A infraestrutura de estradas e rodovias desafia governantes a agirem com urgência e administrarem as enxutas finanças do Estado pelos próximos anos. Prova disso, é um levantamento divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) no final do ano passado. Segundo a pesquisa, 68,8% das estradas gaúchas estão em condições regulares, ruins ou péssimas. A viabilização de recursos, investimentos e serviços concretizados podem resgatar a confiança e não mais comprometer a segurança e o bem estar de milhares de gaúchos.

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