NathSchneider
Há sete anos, o grande prédio deteriorado pelo tempo que uma vez se chamou Casa de Cultura, localizado na Praça Saldanha Marinho, chama a atenção de quem passa por ali. Seja santa-mariense acostumado com a paisagem ou visitante de passagem pela cidade, as pessoas se questionam sobre a estrutura rodeada de tapumes bem no Centro de Santa Maria.
Em dezembro de 2015, a Defesa Civil realizou a interdição do prédio que estava com rachaduras na estrutura, além de muitos problemas no telhado. Cinco anos depois, uma parceria entre a Secretaria de Cultura e o Escritório de Arquitetura Ângela Pisani foi firmada para que fossem feitas as readequações necessárias do projeto arquitetônico. Apesar dos passos dados no caminho da restauração, ainda não há previsão para que a Casa de Cultura seja reentregue aos santa-marienses.
Segundo a nutricionista Margareth Spencer, 59 anos, que costuma passar pela praça, ainda que a estética da edificação incomode, a principal reclamação é a ausência de um espaço referência em cultura. No entanto, para ela, ainda há esperanças de ver a Casa de Cultura revitalizada:
– Quando passo por aqui, sinto tristeza. É um lugar que já foi muito bonito e agora está interditado há tantos anos que algumas pessoas se acostumaram com a paisagem, com a deterioração de um patrimônio. A expectativa é que possamos vivenciar a restauração, ver a casa cheia de vida novamente.
Já o servidor público aposentado Ernani Rodrigues, 78, que lembra do local quando ainda era o Fórum de Justiça de Santa Maria, a atual situação da Casa de Cultura contrasta com outras partes do Centro, como o Calçadão e a Praça Saldanha Marinho, que foram decorados para o Natal.
– Com a decoração do Centro, as pessoas que passam por aqui se sentem até mais felizes. Faz bem para a saúde viver em uma cidade com lugares bonitos, né? Penso que, se esse prédio tão importante fosse restaurado, as pessoas se sentiriam com mais vontade de frequentar, essa praça não seria só um lugar de passagem – explica.
O futuro da Casa de Cultura
Hoje, o local faz parte de um grande projeto de desenvolvimento local, o Distrito Criativo Centro-Gare, e a prefeitura reúne esforços para que o prédio histórico possa ser restaurado. Segundo a secretária de Cultura, Rose Carneiro, a pasta trabalha na atualização de informações e de documentos para que a licitação de restauro seja lançada. Em média R$ 4 milhões serão necessários para tornar o local novamente habitável. No entanto, ainda não há previsão de data para que a licitação esteja disponível.
– A restauração da Casa de Cultura é quase como uma missão. Precisamos trabalhar em algumas adaptações no projeto para que se tornasse viável financeiramente. Agora, também atualizamos documentos para que, o quanto antes, possamos lançar a licitação de restauro. Como a obra requer um grande investimento, recursos serão do poder público e de parcerias – ressalta Rose.
Ainda, expectativa é que com o avanço das iniciativas que envolvem o Distrito Criativo, movimento de desenvolvimento sustentável que pode servir de exemplo para que Santa Maria se torne referência na economia criativa, outros prédios e estruturas históricas que integram a área, como a Gare da Viação Férrea e a SUCV, também possam receber investimentos para revitalizações e restauros.