Centro

Há 31 anos, ele adoça a vida de quem passa na esquina da Floriano com a Alberto Pasqualini

Dandara Flores Aranguiz

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– A melhor carrapinha da cidade! – brada, de longe, o motorista do carro dos Correios ao passar por Dilceu Rodrigues das Chagas, na esquina das ruas Floriano Peixoto e Alberto Pasqualini, no Centro, ao perceber que o especialista na iguaria estava sendo entrevistado. 

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Figura conhecida de Santa Maria, o vendedor de carrapinhas está há quase quatro décadas atrás do carrinho, mexendo com a colher de pau o açúcar que derrete e se une aos amendoins na panela. São 38 anos de trabalho, 31 deles, no mesmo ponto.

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O aroma, que percorre a quadra e atravessa a rua, é a grande propaganda do negócio, que adoça os dias de quem, passeando ou com pressa, cruza pela esquina. 

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– Comecei em 1978. Eu trabalhava em uma banca de revistas, mas não me adaptei. Aí, surgiu uma vaga com o senhor que era dono das carrocinhas de carrapinha e estava precisando de uma pessoa para trabalhar. Fiquei com ele um ano e, no outro, ele me vendeu o carrinho. Estou aí até hoje! – conta Dilceu, que agora está com 59 anos. 

Casado, pai de dois filhos e avô de quatro netos, o morador do bairro Tancredo Neves levanta cedo para pegar o ônibus rumo ao Centro. O carrinho "dorme" em uma garagem próxima do local de trabalho. Às 9h em ponto, lá está ele, já em funcionamento.

E por ali permanece até as 17h, horário em que encerra as atividades. Além da carrapinha, vendida em saquinhos de R$ 1,50 e R$ 2, há também o doce de coco, por R$ 3, e a castanha caramelada, que custa R$ 4. 

Faça chuva ou faça sol

Mas o carro-chefe é mesmo o amendoim, responsável por 70% das vendas da banca. Em tempos de dificuldades econômicas, essa é, de longe, a pior crise que já enfrentou. Ele não revela números, mas segundo o vendedor, houve queda de cerca de 50% nos lucros, se comparado com o mesmo período do ano passado.

Mesmo assim, Dilceu permanece lá, abafado pelo calor que escapa pela tampa da panela que prepara o doce. Durante todos esses anos, ele sempre esteve sozinho à frente do negócio. 

– Em dias de chuva, eu trabalho também, só não venho aos sábados e domingos. Aqui, o pessoal já nos conhece, fiz bastante amizades e parcerias – relata.






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