A situação da saúde pública vem causando inúmeros problemas para quem precisa de atendimento médico. No Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), a espera de uma gestante por atendimento por conta de um aborto espontâneo já dura três dias.
Nara Medianeira Silva Stefano, 40 anos, estava grávida de sete semanas e perdeu o bebê na última terça-feira. Ela procurou atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e foi encaminhada ao Husm.
Segundo a gestante, ao chegar no hospital, ela recebeu uma solicitação para fazer um ultrassom. Por não ter funcionários no horário em que chegou ao hospital, o médico plantonista apenas receitou um remédio para dor e pediu para que ela fosse para casa.
Já na quarta-feira, o marido de Nara, Marcos Vinicius dos Santos, conseguiu marcar o exame para a quinta-feira. Ao retornar com o resultado do exame no hospital, a mulher foi informada de que o feto estava morto. Segundo o marido da gestante, o hospital teria alegado que não havia leito para fazer o procedimento de retirada do feto.
O casal foi orientado a ir para casa e voltar na sexta-feira. Chegando ao hospital nesta sexta, o casal teria sido informado mais uma vez de que não havia leito. Entretanto, segundo a responsável pela unidade materno-infantil, a médica Kátia Trevisan, o hospital havia orientado a paciente a fazer o procedimento em jejum.
Segundo a médica, a paciente não estava em jejum e foi internada para esperar o tempo necessário. A médica ainda informou que o procedimento para retirada do feto não foi feito na quinta-feira porque a paciente não se enquadrava em uma situação de risco.
Ela ainda disse que os exames pedidos fazem parte do procedimento padrão e que, em casos de aborto espontâneo, nem sempre é necessário fazer a curetagem no hospital. Segundo a médica, a idade avançada da gestante, as múltiplas gestações (ela tem seis filhos) e a pressão alta podem ter contribuído para o aborto.
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