Falta de manutenção gera acúmulo de lixo em Santa Maria

Lixeiras cheias, calçadas repletas de sujeira, grama alta, folhas e galhos pelo chão. Essa é a realidade de muitas praças e ruas em Santa Maria. O motivo é a falta de manutenção. O contrato com a Sulclean, que fazia os serviços de limpeza e varrição do passeio público, venceu em 1º de julho. Agora, a empresa passou por um processo de licitação e deve retomar o serviço ainda nessa semana.

Mas, até que o trabalho recomece, o chafariz da praça Saldanha Marinho, por exemplo, vai seguir tomado de folhas, embalagens plásticas, copos e papeis. A água está esverdeada. E a cena se repete em outros locais. A Praça Tenente João Pedro Menna Barreto (Praça dos Bombeiros),  estava bem suja e só passou por limpeza porque frequentadores resolveram arregaçar as mangas e levar as vassouras para o espaço público. Eles se organizaram na internet e, juntos, fizeram uma faxina geral. Foram 12 sacos de lixo recolhidos em apenas 30 minutos de trabalho.
- Estava muito sujo. Eram copos e garrafas espalhados. Havia até restos de comida. Dava para ver que era falta de limpeza mesmo. Na segunda-feira (da semana passada) de manhã, eu passei por ali e vi a situação. Convoquei o pessoal pela internet e, à tardinha, nos juntamos.

Trocamos até os sacos de lixo das lixeiras- relata Renata Saldanha Rieffel, uma das organizadoras do mutirão de limpeza.

Na Praça Roque Gonzales, em frente ao Hospital de Caridade, a situação é a mesma. O taxista José Hilo Bitencourt afirma que, quase todos os dias, ele e os colegas varrem as calçadas, diariamente, e recolhem as folhas e galhos de árvores.
- Há uns 10 dias, nós retiramos 15 sacos de lixo. Fizemos tudo por conta. Ligamos para a prefeitura reclamando da situação, mas nada foi feito - comenta.

'Alguém aqui na cidade cuida da limpeza?'

Ainda na Praça Roque Gonzales, em frente ao Hospital, o servidor público José Antônio Barboza, 63 anos, aguarda a mulher sair de uma consulta. O casal veio de Livramento, com Vera Lúcia Neves, 48 anos, dona de casa, e Mário Lima, 48, autônomo. Todos ficaram impressionados com a sujeira.
- Não era para ser assim né? Tem alguém na cidade responsável pela praça, alguém aqui cuida da limpeza? Lá em Livramento vai muito turista, mas não dá pra reclamar de sujeira como aqui - explica Vera.

- Ficamos impressionados. Que horror a sujeira! E dá para ver que não é sujeira só de hoje, que acumula. Tu acha que aquelas folhas todas caíram hoje? É triste chegar aqui e ver isso - critica Barboza.

Funcionários não dão conta do trabalho

Desde que o contrato com a Sulclean venceu, a limpeza de locais públicos fica por conta de funcionários da prefeitura. Na tarde de ontem, uma equipe de servidores estava limpando a praça Saldanha Marinho e o Calçadão. De acordo com o secretário-adjunto de Infraestrutura, Obras e Serviços, Alexandre Brasil, são cerca de 15 funcionários que atuam na limpeza de lugares públicos. Os servidores explicam, que aguardam que a empresa retome os serviços para a cidade ficar mais limpa.
- A gente está limpando todos os dias, mas não dá conta, né? É muita sujeira para limpar, e nós, da prefeitura, somos poucos - explica um funcionário que pediu para não ser identificado.

- A gente limpa do jeito que dá, sem falar que, às vezes, faltam luvas. As vassouras já estão velhas. Há dias que não tem produto de limpeza para o banheiro público - critica outro, que também preferiu não ter o nome divulgado.

Alexandre Brasil explica que, na medida em que os funcionários solicitam material para limpeza, ele é providenciado:
- Desde que o contrato acabou, o material foi comprado no decorrer do serviço. Um funcionário pode se queixar que está sem luvas, mas logo a gente providencia.

Brasil lembra que a atuação dos servidores é uma solução paliativa, no período em que não há contrato entre prefeitura e empresa e que todos os dias a equipe faz uma ronda e "