
Foto: Nathália Schneider
De acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira (26), a expectativa de vida dos moradores de municípios da Região Central é de 76,96 anos, número acima da média do Rio Grande do Sul, que é de 76,38 anos. O estudo foi produzido em 2021 pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) do Estado com base em uma avaliação das regiões que formam os Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Coredes). No ranking, o Corede Central aparece em 14° lugar. Na 1° posição estão os municípios do Corede Norte, com uma expectativa de 79,66 anos de vida.
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Impactos da pandemia
Essa é a primeira vez que a expectativa de vida dos gaúchos cai desde o início da série histórica, em 2010. O estudo aponta que a Covid-19 foi um fator determinante para reduzir a expectativa de vida no Rio Grande do Sul em relação ao ano anterior. Dados de 2021 mostram que os gaúchos vivem em média 76,38, um ano a menos do que em 2020.
As doenças infecciosas e parasitárias, categoria que abrange a covid-19, foram as principais causas de morte, responsáveis por 26,4% do número total de 117.722 óbitos. Em 2020, elas foram a terceira principal causa de mortes no Estado e, em 2019, ocupavam o nono lugar.
– A mudança do perfil da mortalidade por causa da covid-19 foi mais intenso ainda em 2021, quando comparado com os anos anteriores. Em 2020, tivemos os primeiros impactos dos óbitos por covid-19 na expectativa de vida, mas em 2021 tivemos o ápice desses números – ressalta a autora do estudo, pesquisadora Marilene Bandeira.
Principais causas de mortes
Em uma projeção realizada no estudo, caso as mortes por doenças infeccionas e parasitárias fossem excluídas do cálculo, a expectativa de vida ao nascer no Estado seria de 78,33 anos, 1,95 anos mais do que o número final.
Seguindo as doenças infecciosas e parasitárias, as doenças do aparelho circulatório ocuparam a segunda colocação entre as causas de mortes no Estado em 2021, com 19,8% do total, seguidas das neoplasias (câncer), com 16,9%, das doenças do aparelho respiratório (7,1%) e de causas externas (6,5%). Entre a população de um a 34 anos de idade, as causas externas, como homicídios, acidentes de transporte, suicídio e quedas, ocupam a primeira posição como principais causas de morte. A partir dos 35 até 79 anos, as doenças infecciosas e parasitárias tornam-se as líderes.
Mulheres vivem mais no Estado
O material elaborado pelo DEE/SPGG aponta ainda para a manutenção da diferença de 7 anos na expectativa de vida ao nascer entre homens e mulheres no Rio Grande do Sul. Para as mulheres, a estimativa chegou a 79,88 anos em 2021, enquanto para os homens foi de 72,86 anos.
Dados
Os dados foram coletados a partir de dados do próprio DEE, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), junto ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), o qual é vinculado ao Ministério da Saúde, e da Secretaria de Saúde do Estado. Um novo estudo, referente ao ano de 2022, deve ser realizado a partir da atualização da base de dados dos anos anteriores corrigida pelas novas informações obtidas no último Censo.
Coredes
Os Coredes foram criados oficialmente pela Lei 10.283/1994 e são um fórum de discussão para a promoção de políticas e ações que visam ao desenvolvimento regional. Atualmente, o Estado conta com 28 Coredes, que são espaços para promoção do debate e elaboração de diagnósticos sobre a realidade local e formulação e implementação de políticas de desenvolvimento integrado das regiões.