Justiça

Ex-sócios da Kiss terão de ressarcir dinheiro de indenizações ao INSS 

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A 2ª Vara Federal de Santa Maria condenou a Santo Entretenimento e quatro pessoas, sócios e administradores da Boate Kiss, a ressarcir o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pelos benefícios concedidos a funcionários em função do incêndio ocorrido em janeiro de 2013. Uma empresa que forneceu os seguranças terceirizados também foi responsabilizada. A sentença, do juiz Jorge Luiz Ledur Brito, foi publicada nesta quarta-feira. As informações são Justiça Federal do Rio Grande do Sul.

O INSS ingressou com a ação regressiva solicitando o ressarcimento dos gastos com benefícios acidentários, auxílio-doença e pensão por morte, concedidos a 12 segurados em razão do incêndio. Alegou que o fato foi provocado pela negligência dos réus que não observaram as normas de segurança do trabalho e não deram treinamento adequado aos funcionários da boate. Afirmou que, até o ajuizamento do processo, o montante pago superava os R$ 68 mil.

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Em suas defesas, a Santo Entretenimento e três réus defenderam que possuíam todos os alvarás e licenças necessários para o funcionamento da casa. Argumentaram ainda que, caso os equipamentos de segurança fossem considerados insuficientes, a demanda deveria ser dirigida ao Município de Santa Maria e ao Corpo de Bombeiros. Eles ainda afirmaram que a utilização de algum material indevido ocorreu por desconhecimento e não por má fé e que nunca foram alertados de que a espuma instalada na boate era inadequada.

Um dos acusados não se manifestou na ação. Já a empresa de segurança sustentou que não houve comprovação do nexo de causalidade entre o sinistro ocorrido e qualquer ato que possa lhe ser atribuído. Afirmou ainda que a responsabilidade é exclusiva do estabelecimento que contratou os seus serviços, pois não foi estipulado que deveria fiscalizar a atividade desenvolvida nas dependências da boate.

"Nós já nos encontramos em algum momento", disse anestesista à sobrevivente da Kiss, minutos antes do parto

Responsabilidade pelo acidente de trabalho

Ao analisar os autos, o juiz pontuou que, na ação regressiva, não se busca discutir a existência do dolo por parte dos réus. De acordo com ele, o que caracterizaria o dever de ressarcimento seria a prova da negligência na adoção de medidas tendentes a garantir a segurança no local de trabalho.

¿Desse modo, a presente demanda está atrelada à comprovação da culpa civil em face do evento danoso, isto é, que o sinistro tenha decorrido da não adoção de medidas protetivas de segurança do trabalho e demais cautelas tendentes à evitar o infortúnio laboral, sendo descabida a responsabilização quando o acidente tenha resultado de caso fortuito ou força maior¿, ressaltou.

Para Brito, as provas colhidas durante a instrução processual teriam revelado que a boate Kiss não teria fornecido treinamento adequado a seus empregados sobre como deveriam agir para uma rápida evacuação do local em caso de incêndio. ¿Nesse ponto, destaco que as testemunhas mencionaram que os seguranças agiram de forma equivocada ao tentarem (pasmem!) impedir a saída das pessoas que não tivessem efetuado o pagamento da comanda de consumo, o que mostra o despreparo dos profissionais que trabalhavam no local, que nem ao menos perceberam o incêndio que evoluía rapidamente no interior do estabelecimento¿, afirmou.

A história de seis órfãos da boate Kiss

O magistrado sublin"

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