confrontos violentos

Estudante da UFSM relata mudança na rotina com protestos no Chile

18.398

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Letícia Durlo (Arquivo Pessoal)

A onda de protestos no Chile tem afetado a vida da população. Mercados e farmácias saqueados, transporte público parado e aulas suspensas são só alguns dos problemas que os moradores enfrentam. Brasileiros que moram no país tiveram suas rotinas mudadas desde a última semana.

Secretários e procurador investigados por fraudes e desvio de dinheiro são exonerados

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">A estudante de Jornalismo Paola Jung (foto ao lado), 20 anos, que estuda na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e faz intercâmbio na Universidad de Santiago de Chile, conta que já são seis dias de protestos no país, que se intensificaram com confrontos entre manifestantes e policiais desde a última sexta-feira. O balanço oficial divulgado nesta segunda-feira pelo governo aponta 11 mortes nos protestos. Cerca de 1,5 mil pessoas foram detidas.

- Não é comum de acontecer protestos dessa magnitude. Eu moro a quatro quadras do Palácio de La Moneda, que é a sede da Presidência da República do Chile. Então, vejo muita coisa aqui da sacada da minha casa. No sábado de tarde eu saí de casa para ver de perto, quando estava mais pacífico, com panelaço. Mas, logo depois já começaram os confrontos e é muito perigoso. A maioria dos confrontos mais graves entre polícia e manifestantes ocorrem à noite - relata a jovem.

ROTINA AFETADA
De acordo com Paola, muitos estabelecimentos comerciais foram saqueados e os donos estão com medo de abrir os prédios. Por isso, sempre que algum mercado abre as portas, longas filas se formam e as pessoas compram mantimentos para estocar, já que não sabem quando os estabelecimentos vão abrir de novo, nem se os fornecedores conseguirão repor as mercadorias.

Morte por Gripe A em São Sepé é confirmada pelo Estado

- Aqui onde moro, vários mercadinhos abriram no final de semana e aproveitamos para estocar comida - destaca. 

Nesta segunda e terça-feira, as aulas em escolas e universidades foram suspensas, por causa do ambiente perigoso e também porque o metrô de Santiago foi fechado e ônibus foram incendiados. Assim, muitos estudantes não têm como se locomover pela cidade. O aeroporto da capital chilena também teve voos suspensos.

MOTIVAÇÃO
A estudante mora na capital do Chile há pouco mais de dois meses. Segundo ela, apesar de o Chile ostentar indicadores econômicos e sociais positivos, a população tem mostrado descontentamento com o custo de vida no país e com o governo em geral. O anúncio do governo de um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, equivalente a 20 centavos de real, foi o que desencadeou a onda de protestos. No sábado, o presidente Sebastián Piñera suspendeu o aumento na tarifa do metrô, mas os protestos prosseguiram.

Também no sábado, o Chile decretou "Estado de Emergência", e o Exército tomou as ruas pela primeira vez desde a ditadura. Foi instituído o toque de recolher a partir das 19h. Quem foi localizado na rua após esse horário passou a ser sujeito a detenção pela polícia.

- Para dispersar as manifestações, o Exército utiliza tanques que jogam água com pressão, bombas de fumaça ou gás lacrimogêneo - conta Paola.

As manifestações não têm uma lista precisa de demandas. Até o momento aparece como uma crítica generalizada a um sistema econômico neoliberal que, por trás do êxito aparente dos índices macroeconômicos, esconde um profundo descontentamento social.

*Colaborou Janaína Wille

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Trânsito na Rua Tuiuti será bloqueado nesta terça

Próximo

Dauter Dutra Berlese relembra trajetória na polícia militar, docência e empresariado

Geral