Estamos muito mais deprimidos e ansiosos?

Redação do Diário

Estamos muito mais deprimidos e ansiosos?

As pessoas andam mais ansiosas, estressadas e deprimidas? Será que só agora os maiores efeitos da pandemia chegaram para a saúde mental? Esses questionamentos foram abordados no programa Faz Sentido, que foi ao ar no dia 10 de dezembro. Para conversar em relação ao assunto, a jornalista Fabiana Sparremberger convidou o psicólogo Diógenes Chaves.

Será efeito fim de ano?

Em especial neste final de ano, as pessoas estão mais deprimidas e estressadas? Ou será apenas impressão? Conforme a jornalista, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), mostrou que os diagnósticos de pessoas com depressão subiu de 9,6% para 13,5%, depois do isolamento social.– Será que as pessoas pararam de buscar ajuda? Tenho esta dúvida, se durante o isolamento, as pessoas ao invés de procurarem ajuda pararam de fazê-lo. Os especialistas sempre orientaram no sentido de procurar auxílio logo – lembra Fabiana.

O Natal e Ano Novo, muitas vezes, geram um sentimento de vazio. O psicólogo comenta que essa sensação é pela reunião das famílias e a ausência dolorosa pelas pessoas que já partiram.– É como se as pessoas já estivessem prevendo esse sofrimento antes de chegar as comemorações. São sequelas da pandemia, que ainda não acabou. E, no início do isolamento, não teve tanta procura por ajuda, mas agora está tendo.

Casamentos acabaram

Os reflexos na saúde mental ocorrem porque ainda não saímos totalmente da pandemia. Segundo Diógenes, é natural o estresse, mas foi tudo potencializado devido ao isolamento. A convivência constante, sem a válvula de escape da rotina, fez vários casamentos e namoros acabarem, exemplifica o psicólogo:– Como eu lido com meu sentimento de tolerância em relação aos outros, o respeito ao espaço? As pessoas ligaram um botãozinho de alerta e não desligaram ainda. Por isso, é preciso buscar ajuda e tentar se conhecer, para respeitar o outro.

Para complementar, a jornalista traz o dado da Organização Mundial da Saúde (OMS): três anos antes do início da pandemia de Covid-19, o Brasil era o país com o maior número de pessoas com ansiedade do mundo e o terceiro com casos de depressão.– Qual a diferença da crise de ansiedade e da crise de pânico, o que a pessoa que está junto pode fazer para ajudar nessa hora de tamanho sofrimento e desesperto? E quais são os sintomas?

O psicólogo explica que sentir palpitações e adormecimento do corpo são alguns dos sinais da crise de pânico. E as duas têm picos:– Diante de uma crise, o que se tem a fazer é esperar. Importante fazer uma investigação do surgimento, porque a ansiedade e o estresse geram outros sinais no corpo como gastrite, enxaqueca, labirintite e a crise de pânico.

“A aflição ensina”

A tristeza é uma emoção universal, ou seja, todo mundo nasce com ela. Não há problema em ficar triste, é normal da vida a frustração e, depois, a tristeza. De acordo com Diógenes, essa emoção é uma queda de energia para a pessoa entrar em contato com ela mesma:– Aprendemos muito mais na aflição do que no bem-estar. Quando que a tristeza pode gerar um problema? Quando a pessoa não consegue sair desse sentimento e começa a ter pensamentos negativos em relação à própria existência.

É preciso buscar ajuda profissional após 14 dias de tristeza permanente, quando a pessoa não consegue voltar à rotina, e tentar não escutar conselhos de quem banaliza o sofrimento alheio.– As pessoas se sentem culpadas, e a situação se agrava quando recebem conselhos como “a vida é bela, olhe o lado positivo” ou “você tem comida e roupa, não tem porque ficar triste”.

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