O governo do Estado estaria irredutível e não deve mesmo incluir a Faixa Nova de Camobi na concessão da RSC-287, o que significa que ela pode ficar bem mais tempo sem duplicação. Foi o que me contou uma fonte do setor, que teve conversas com integrantes do primeiro escalão do governo Eduardo Leite (PSDB).
Ainda segundo essa fonte, quando sair o edital da concessão, o governador deve confirmar essa decisão e, ao mesmo tempo, anunciar um plano para a duplicação futura do trecho de 9 quilômetros da Faixa Nova. Deixando claro: isso são informações extraoficiais, mas de fonte com trânsito no governo.
A menos que algo de extraordinário ocorra, essa seria a tendência para o projeto de instalação de pedágios na RSC-287, ignorando os inúmeros pedidos dos santa-marienses para incluir a Faixa Nova para que pudesse ser duplicada nos primeiros cinco anos de concessão. Oficialmente, o governo do Estado diz que ainda está analisando os pedidos.
VÍDEO: motorista morre em acidente na RSC-287 em Santa Maria
Foto: Renan Mattos (Diário)
O problema é que, devido à grave crise nas contas do Estado, contar com verbas públicas para duplicar a Faixa Nova é um grande pesadelo. O governo gaúcho já alegou que haveria verbas carimbadas (só podem ser usadas em estradas) da contribuição sobre os combustíveis (Cide) para poder aplicar na duplicação do trecho entre Santa Maria e a UFSM, mas esse dinheiro não costuma ser suficiente e é necessário para outras obras no Estado.
A duplicação dos 4 km da Faixa Velha era para ser em dois anos e levou 5 anos. As verbas da Cide não foram suficientes, e foi preciso recorrer a empréstimo do BNDES. Imagine se depender da Cide para duplicar 9 km da Faixa Nova de Camobi.
Em suma: Santa Maria corre o risco de ficar por mais uma década com a Faixa Nova com pista simples, e totalmente congestionada.