![Escola que levou 10 anos para ficar pronta ainda depende de burocracia para poder funcionar Escola que levou 10 anos para ficar pronta ainda depende de burocracia para poder funcionar](https://suitacdn.cloud-bricks.net/fotos/774396/file/desktop/creche-2-scaled.jpg?1685923769)
Eduardo Ramos
Fotos: Eduardo Ramos (Diário)
A comunidade da região centro-leste de Santa Maria, no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, espera há 10 anos a inauguração da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Circe Terezinha da Rocha, conhecida como creche da Maringá, uma das obras do programa ProInfância, do governo federal. O prédio ainda não foi entregue oficialmente pela empresa responsável à prefeitura. A inauguração da instituição estava prevista para janeiro e, depois, foi adiada para fevereiro, o que não ocorreu. O Executivo municipal também aguarda a autorização dos órgãos responsáveis para começar a funcionar. Enquanto a burocracia se faz presente, a demora gera problemas para os moradores da região, que precisam procurar por creches em locais distantes e sem transporte gratuito.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Santa Maria para saber quando ocorreria a inauguração e questionou a partir de que data as crianças começariam a ter aulas na instituição. A prefeitura se limitou a responder que ainda não tem a previsão para o início do ano letivo na escola, apesar de as matrículas e as entrevistas com o pais das crianças já estarem sendo feitas nas salas da creche.
Conforme a administração municipal, “no dia 23 de fevereiro, a obra passou por fiscalização para ser entregue. A partir disso, um relatório é elaborado pelo fiscal da obra, a fim de apontar eventuais problemas que estejam em desacordo com o objeto do contrato”.
O presidente do Conselho Municipal de Educação, Ronan Simioni, comenta que foi realizado uma vistoria em 15 de fevereiro para avaliar sobre as questões pedagógicas, e, em 28 de fevereiro, o conselho reuniu-se para avaliar a situação da escola: – Precisamos de mais algumas informações. Porque a obra não foi oficialmente finalizada pela empresa. Vamos convocar uma reunião, em 7 de março, com a Secretaria Municipal de Educação e com os responsáveis pela obra. O parecer do conselho é para o atendimento às crianças e a nossa perspectiva é sanar esses últimos detalhes nessa reunião para termos um posicionamento.
Em março de 2022, a prefeitura de Santa Maria realizou a assinatura da Ordem de Serviço que deu início às obras da EMEI Circe Terezinha da Rocha. A empresa responsável pelo serviço tinha como previsão de conclusão das obras, novembro de 2022.
Em 2012, foram destinados R$ 15 milhões para a construção de 10 creches por meio do Programa ProInfância. Uma década depois, a unidade da Vila Maringá será a primeira a ser entregue. Outras quatro estão com as obras em andamento na cidade. As demais, no entanto, não devem sair da promessa inicial.
Uma década de expectativa
A professora do maternal Jéssica Rodrigues do Nascimento
Com recadinhos de boas-vindas, a instituição de ensino está com toda a equipe escolar pronta para receber os alunos. A creche pode receber em média 120 alunos, com oito turmas de turno integral, das 7h45min até as 16h45min. Os alunos atendidos serão desde o berçário, de seis meses, a turmas do maternal 2, de 3 anos. Também conta com 10 professoras de Educação Infantil; um diretor; uma coordenadora pedagógica; uma merendeira e dois auxiliares de limpeza.
Conforme a prefeitura, a inauguração prevista para janeiro de 2023 foi adiada por questões elétricas, já que era necessário a Rio Grande Energia (RGE) fazer melhorias na capacidade da rede. Além de questões hidráulicas, no período, estarem sendo finalizadas.
Segundo o diretor da escola, Fernando Ferrão, 36 anos, em fevereiro foi realizada uma nova vistoria e o que falta seria o aval do Conselho Municipal de Educação. As matrículas e as entrevistas, para conhecer os pais e as crianças, já são realizadas. O objetivo é para que quando estiver tudo pronto para começar as aulas, a adaptação dos alunos seja mais tranquila.– São grandes as expectativas, a comunidade escolar também está muito ansiosa e estamos trabalhando com muito amor e carinho para começar esse ano letivo. A procura da comunidade está grande e já divulgamos nos grupos. Estamos agendando as matrículas e a entrevista com os professores.
A professora do maternal Jéssica Rodrigues do Nascimento, 26 anos, moradora do bairro, comenta que o espaço é grandioso por amparar de forma assistencial e educacional a comunidade:– As professoras estão aqui desde novembro, avaliando, arrumando e organizando os espaços da melhor forma para que a comunidade consiga usufruir desse espaço que foi pensado para ela. Após todas as entrevistas, vamos planejar um calendário, com processo de adaptação lento e contínuo, para que as crianças se sintam pertencentes ao espaço e as famílias se sintam confiantes também.
Educação à serviço da comunidade
O encarregado de supermercado Lucas Dutra de Lima e o filho Anthony Escobar Dutra, 2 anos
O autônomo Bruno de Almeida Oliveira e o filho Gael Oliveira, 2 anos
Com um sorriso no rosto, o pequeno Anthony Escobar Dutra, 2 anos, adorou conhecer a sala “vale dos dinossauros”, do maternal. Os pais, o encarregado de supermercado Lucas Dutra de Lima, 31 anos, e a diarista Andrieli Escobar Mattos, 25 anos, estão ansiosos pela inauguração da Emei Circe Terezinha da Rocha.– As expectativas estão bem altas, estamos esperando há bastante tempo. E agora viemos aqui, conseguirmos conhecer e o Anthony adorou brincar e conhecer as salas de aulas. Nós moramos no Dom Ivo Lorscheiter e não vemos a hora da inauguração – conta Lucas.
O autônomo Bruno de Almeida Oliveira, 26 anos, mora ao lado da creche, do outro lado da rua. Ele é pai de Gael Oliveira, 2 anos, que já está matriculado na turma do maternal 1. O Bruno atua com jardinagem, mas, por enquanto, sem a escola, estava difícil trabalhar, porque, muitas vezes, precisava ficar cuidando do filho.
– Eu acompanho a construção desde o início. Acompanhei a limpeza do terreno até a finalização. Estamos bem ansiosos para o início das aulas, porque preciso trabalhar. E estávamos gastando muito com transporte, porque o Gael ficava na minha sogra alguns dias, lá no Bairro Itararé.
Outras obras
Emei Santa Marta: o prazo para finalização da obra é de 180 dias a contar da data de assinatura da ordem de serviço, que foi em 12/10/2022;
Emei Monte Bello: o prazo para finalização da obra é de 180 dias a contar da data de assinatura da ordem de serviço, que foi em 08/11/2022;
Emei Medianeira: o prazo para finalização da obra é de 300 dias a contar da data de assinatura da ordem de serviço, que foi em 27/09/2022
Emei Residencial Lopes: foi licitada em janeiro de 2023 e está em fase interna de habilitação/proposta.