Escola com estrutura de alvenaria é sonho da comunidade indígena Caingangue de Santa Maria

Eduarda Paz

Escola com estrutura de alvenaria é sonho da comunidade indígena Caingangue de Santa Maria

NathSchneider

Fotos: Nathália Schneider (Diário)

O programa Agiliza Educação do governo do Estado foi criado para acelerar a manutenção dos problemas estruturais das escolas estaduais. No levantamento realizado, 176 escolas públicas gaúchas foram classificadas em situação de urgência, devido às condições problemáticas de infraestrutura. A Escola Estadual de Ensino Fundamental Indígena Augusto Ope da Silva é uma das cinco instituições de Santa Maria que estão nesta classificação. O local de ensino tem como prioridade as reformas no banheiro, na área externa e no assoalho dos corredores das salas. Mas o sonho da comunidade é construir uma escola de alvenaria. 

Pelo Programa Agiliza está sendo destinado R$ 30 milhões para as escolas apresentadas pelo levantamento. Desse valor, R$ 25 milhões vão para as 2.341 instituições de ensino do Estado e R$ 3 milhões vão ser repassados para os 176 colégios classificados em situação de urgência.

Ao longo desta semana, o Diário publicará uma série de reportagens, contando a situação de cada uma das escolas de Santa Maria classificadas pelo governo do Estado em situação de emergência.

Verba menor

A Escola Indígena Augusto Ope da Silva, localizada na estrada de Canudos, na aldeia Caingangue Três Soitas, atende 22 alunos, desde a pré-escola aos anos finais do Fundamental, com as turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), e conta com sete professores. O estudo oferecido é multicultural bilíngue, com a alfabetização do português e da língua materna, o Caingangue. Além do ensino e da prática de valorização da cultura.  

Segundo a diretora da instituição, Isabel Cristina Baggio, 57 anos, a escola recebeu, em 2023, pelo programa Agiliza, R$ 8.951,55 para a manutenção e R$ 1.048,05 para a compra de materiais permanentes, como mobiliário para a cozinha, por exemplo. Já em 2022, foram disponibilizados R$ 28.859,71 para a manutenção, e R$ 7.214,93, para a compra de materiais. O valor do ano passado é, em média, três vezes maior que o disponibilizado em 2023.— As prioridades necessárias, no momento, são as reformas no banheiro, que vamos fazer uma pintura e impermeabilização também, por causa da umidade. O piso na parte externa, junto aos tanques, precisa de manutenção. Além da madeira do piso dos corredores e dos guarda-corpos precisarem de reforços, porque já está perigoso para os alunos. 

Prioridades

Professora do 1º e 2º ano Lenice de Oliveira, 29 anos

A construção da escola foi feita pela própria comunidade indígena Caingangue, e o sonho de quase uma década é construir a estrutura da escola de alvenaria. O Cacique Natanael Claudino, que foi o primeiro professor da língua Caingangue na Augusto Ope da Silva, quer realizar esse objetivo desde quando a comunidade encontrava-se próximo à Rodoviária de Santa Maria.  

Para a diretora, já está mais do que na hora de fazer essa obra, ou, de pelo menos, construir um anexo de tijolos para abrigar a sala de informática e a biblioteca.— Não conseguimos tirar os livros das caixas, porque não temos espaços para guardar na biblioteca. E a sala de informática, onde deveria ser a biblioteca, é usada pelos alunos do Ensino Médio da Escola Estadual de Educação Básica Professora Margarida Lopes, para pesquisas. Mas é um espaço pequeno, e as crianças não conseguem fazer o uso adequado da sala — explica Isabel.

No entanto, a equipe da Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop), que realizou a vistoria técnica na Escola, constatou como prioridade a questão do banheiro e do assoalho de madeira.  

Segundo o coordenador da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), José Luis Eggres, no decorrer desta semana, deve ser concluída a análise para autorizar as escolas a proceder com a compra dos serviços ou de materiais. O coordenador ainda destacou que estão sendo encaminhadas pelo sistema de obras do Estado outras intervenções. Mas, afirma, que as demandas correspondentes à urgência já estão bem encaminhadas no plano de aplicação a ser aprovado ainda nesta semana.

— Se precisar de complementação posterior, além da verba destinada, vai depender do levantamento da CROP. A princípio esse recurso serve para fazer essas intervenções imediatas para criar melhores condições para os alunos. Então, a partir dessa primeira intervenção das emergências e das urgências propriamente dita para um bom funcionamento nesse ano, a CROP vai fazer as vistorias para analisar todo o conjunto da escola e juntar todas as demandas que a escola tem, com todos os pontos que devem ser recuperados e saneados — finalizou.

Saneamento básico

A diretora acredita que o principal motivo da escola ter entrado para a lista de classificação de urgência é pela questão da falta de água potável. A Defesa Civil está fornecendo, uma vez por semana, desde 2022, água potável para a comunidade. 

Antes, a água usada pela aldeia era de uma fonte natural, que após vários problemas de saúde dos moradores, foi constatada que não era potável. A verba para o saneamento básico não vai ser do programa Agiliza. Conforme Isabel, a solução é fazer um poço artesiano para o abastecimento da aldeia, mas o início da perfuração ainda não foi confirmado. 

Urgência

Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac

Escola Estadual de Ensino Médio Santa Marta

Escola Básica Estadual Érico Veríssimo

Escola Estadual de Educação Especial Dr. Reinaldo Fernando Coser

Escola Estadual de Ensino Fundamental Indígena Augusto Ope da Silva

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