seca

Entenda por que Silveira Martins foi o único município da região a não decretar situação de emergência pela estiagem

Entenda por que Silveira Martins foi o único município da região a não decretar situação de emergência pela estiagem

Fotos: Emater Silveira Martins

Apesar de não decretar emergência, município registrou perdas nas lavouras de milho e soja

Silveira Martins é a única cidade da Região Central que não decretou situação de emergência em função da estiagem. Em meio aos danos que alcançaram 39 cidades e deixaram R$ 3 bilhões em prejuízos nesta parte do Estado, Silveira Martins tornou-se uma exceção diante das perdas bilionárias e da seca que afeta, principalmente, a agricultura e a pecuária.

De acordo com a engenheira agrônoma da Emater de Silveira Martins, Katiule Pereira Morais, isso se deve, principalmente, aos acumulados de chuvas no município:

– Em Silveira Martins choveu acima da média em relação ao demais municípios (da região). Existe realmente uma diferença. Houve períodos que não choveu em Ivorá e Santa Maria, por exemplo, mas aqui, sim.

Apesar dos volumes de precipitações ficarem entre 20 e 40 mm nos meses de outubro a dezembro de 2022, neste ano, os acumulados compensaram: choveu 179 mm em janeiro e 189 mm em fevereiro em Silveira Martins.

Acumulados nos últimos meses

  • Outubro – 43 mm
  • Novembro – 23 mm
  • Dezembro – 40 mm
  • Janeiro – 179 mm
  • Fevereiro – 189 mm

Dados disponibilizados pela Emater de Silveira Martins

Conforme a engenheira agrônoma, foram registradas perdas nas lavouras: 50% do milho e 15% da soja. Com relação ao primeiro, a área que abrange a cultura no município é de 405 hectares, um espaço reduzido quando considerada a proporção da soja, de 4.500 hectares. Apesar disso, a avaliação demonstrou que esses dispêndios não tiveram influência significativa para o município decretar situação de emergência.

– Em anos normais, o município colhe acima porque temos uma média de produtividade alta se comparado com outras cidades da região. Em 2023, já temos lavouras colhendo de 50 a 60 sacos por hectare de soja. Isso é uma média muito mais alta do que a dos outros municípios da região para esse ano de estiagem – explica Katiule.

Soja

  • Estimativa inicial: 3.900 Kg/ha
  • Estimativa atual/áreas colhidas: 3.300 Kg/ha (perda de 15%)
  • Área: 4.500 ha

Milho

  • Estimativa inicial: 6.000 Kg/ha
  • Estimativa atual/áreas colhidas: 3.000 Kg/ha (perda de 50%)
  • Área: 405 ha

Os acumulados de chuvas e os índices de produtividade influenciaram diretamente nas solicitações do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária). A iniciativa garante seguros rurais para pequenos e médios produtores diante da ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças que atingem rebanhos e plantações. 

De acordo com a Emater de Silveira Martins, até o momento, o órgão não realizou perícias e emitiu laudos das lavouras do município para obtenção do Proagro pelos produtores. A engenheira destaca, contudo, que as vistorias podem ocorrer via serviço particular, não sendo, assim, contabilizadas pela Emater.

Dez cidades da região receberam recursos do governo federal

Neste ano, Silveira Martins tornou-se uma exceção, já que não está na lista dos 39 municípios da Região Central que decretaram situação de emergência e atingiram perdas de R$ 3 bilhões. Enquanto a cidade tem um alívio diante da seca, o restante da região está em busca de recursos e soluções para encarar esse período.

Até o momento, dez municípios da Região Central receberam mais de R$ 2,4 milhões do governo federal para combater a estiagem. Na primeira semana de março, Júlio de Castilhos, Unistalda, São Martinho da Serra e Santa Maria foram contemplados. Agora, nesta semana, a verba foi destinada para Vila Nova do Sul, Tupanciretã, São Gabriel, Quevedos, São Sepé e Nova Esperança do Sul.

Neste novo repasse ao Rio Grande do Sul, São Sepé recebeu o maior montante de recursos: R$ 981,3 mil. O município é um dos mais afetados pela estiagem: até janeiro, os prejuízos alcançavam R$ 417 milhões.

Já para Tupanciretã foi destinado R$ 549 mil. As estimativas apontavam perdas de R$ 326 milhões na cidade até o final de janeiro deste ano.

Para Quevedos foram enviados R$ 379,3 mil. Em janeiro, a cidade havia contabilizado prejuízos de cerca de R$ 97 mil. Nova Esperança do Sul recebeu R$ 358,9 mil, São Gabriel, R$ 197,6 mil e Vila Nova do Sul, R$ 99 mil.

Em todos os municípios, os recursos podem ser utilizados para a compra de itens de assistência humanitária, como cestas básicas, de reservatórios móveis de água e no aluguel de caminhões-pipa.

Santa Maria

  • R$ 424 mil

Júlio de Castilhos

  • R$ 511 mil

Unistalda

  • R$ 231 mil

São Martinho da Serra

  • R$ 109,7 mil

Tupanciretã

  • R$ 549 mil

Quevedos

  • R$ 379,3 mil

São Gabriel

  • R$ 197,6 mil

Vila Nova do Sul

  • R$ 99 mil

São Sepé

  • R$ 981,3 mil

Nova Esperança do Sul

  • R$ 358,9 mil

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