Engenheiro que fez laudo acústico na Kiss vai depor à Justiça nesta sexta-feira

O engenheiro civil Samir Frazzon Samara, que fez um laudo acústico na Kiss, presta depoimento à Justiça Estadual na manhã desta sexta-feira. Ele é testemunha de acusação indicada pelo Ministério Público no processo criminal sobre a boate.

Em depoimento, no dia 22 deste mês, Diogo Roberto Callegaro, que fez obras na casa noturna, disse que Samara teria vendido espuma para revestir a boate em uma reforma em 2011. Callegaro que é primo de Elissandro Spohr, o Kiko, disse ainda, que, na última obra, em meados de 2012, ele teria indicado a loja onde foi comprada a espuma que foi colocada no entorno do palco. Em 27 de janeiro do ano passado, a espuma pegou fogo em contato com a faísca de artefato pirotécnico, liberando gases tóxicos que provocaram a morte de 242 pessoas.

Em depoimento à Polícia Civil, Samara disse que foi contratado pela Kiss em em dezembro de 2011 para executar um projeto referente ao isolamento acústico da boate feito por outro engenheiro. Referiu que as reformas foram feitas para adequar o prédio ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Kiss e o Ministério Público. Em março de 2012, teria feito um novo Laudo Técnico de Medições de Níveis de Pressão Sonora na boate, já que ainda havia reclamações de barulho por parte dos vizinhos. No laudo, não há registro da presença do revestimento acústico de espuma no entorno do palco. Apenas o teto de gesso e duas camadas de lã de vidro.

Ao Diário, no dia 22 deste mês, o engenheiro afirmou ter feito o projeto de instalação de gesso na boate, não tendo indicado nem vendido espuma aos proprietários da danceteria.

Além do engenheiro, devem depor nesta sexta, Ruanderson Medeiros Camargo, proprietário da empresa Fuel Entretenimento, e Stenio Rodrigues Fernandes, promoter da Kiss.