Em meio à estiagem, casos de vazamento de água em Santa Maria preocupam comunidade

Gilberto,Laura Gomes

Em meio à estiagem, casos de vazamento de água em Santa Maria preocupam comunidade

Santa Maria convive com duas realidades distintas nos últimos meses. Enquanto cerca de 1 mil famílias sofrem com o desabastecimento devido à estiagem, por outro lado, cenas de vazamento de água potável tornam-se mais frequentes nos espaços da cidade.

O desperdício em um período de seca causa indignação e preocupação na comunidade. Na próxima semana, dia 19 de janeiro, completa um mês que os moradores do Bairro Pinheiro Machado convivem com um vazamento no cruzamento entre as ruas Pernambuco e Rio Branco. Apesar da abertura de protocolos na Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), a situação ainda não foi resolvida, como afirma o autônomo Leandro Marques:

– Santa Maria decretou situação de emergência devido à estiagem e não entendemos porque (o vazamento) não foi resolvido. Os moradores encaminharam protocolos para a Corsan e para o município. Eu, particularmente, nunca vi a Corsan neste local. Nós, cidadãos, já chegamos a conclusão que vamos ter que pegar uma pá e abrir a rua.

Conforme Leandro, neste mês, houve outro vazamento na Rua Pernambuco, que foi resolvido pela Corsan dentro do prazo. Porém, a via ainda continua úmida e moradores acreditam que possa haver, agora, um vazamento interno.

Também no Bairro Pinheiro Machado, na última sexta-feira (6), um morador relatou a quebra de um contador de água da Corsan. Isso causou alagamento na Rua Cunha Porã e falta de água até terça-feira (10) desta semana, quando o equipamento foi arrumado.

Estes são apenas alguns exemplos das situações que tornaram-se comuns em Santa Maria. Além desses três casos no Bairro Pinheiro Machado, em dezembro e janeiro, o programa Bei nos Bairros identificou vazamentos e desabastecimentos em outros pontos da cidade:

Bairro Medianeira: vazamento nas ruas Cândida Vargas e 19 de Abril. Na Rua Cândida Vargas também foi registrada falta de água em dezembro, problema que, conforme relatos de moradores, foi frequente nos últimos três anos. A prefeitura de Santa Maria e a Corsan foram acionadas. Uma obra para substituir a tubulação do local teve início no mês passado. Agora, resta apenas colocar a camada asfáltica para conclusão do serviço.

Bairro Camobi: na Rua Congonhas, moradores afirmaram que falta de água durou dois dias no mês de dezembro e que episódios como esse têm sido constantes nesta localidade. A Corsan identificou que o desabastecimento ocorreu em função de obras de drenagem pluvial no bairro e comunicou que trabalha em conjunto com a prefeitura para evitar novamente esses problemas.

Bairro Centro: na última segunda-feira (9), devido ao rompimento de uma tubulação, um vazamento foi identificado na Rua Benjamin Constant. O trânsito ficou interrompido até o início da noite e pelo menos 500 imóveis ficaram sem água até a resolução do reparo.

Bairro Tancredo Neves: vazamento nas ruas Arnaldo Souza e Darci Fagundes é acompanhado há pelo menos um ano pela comunidade. A Corsan compareceu no local e informou que o vazamento consistia, na verdade, em uma vertente de água que aflora do solo. Até o momento, a empresa não solucionou o problema.

Com isso, é possível observar que, em dois meses, pelo menos sete casos envolvendo desabastecimentos e vazamentos ocorreram em Santa Maria. Destes, cinco foram solucionados, sendo que apenas um destes, na Rua Benjamin Constant, teve resposta imediata da Corsan. Os outros quatro problemas demoraram horas, dias e, até mesmo, anos para serem resolvidos.

Questionada sobre as situações, a gestora da Corsan de Santa Maria, Andréia Moraes Zanini, explicou que a empresa trabalha com um cronograma de atendimentos que depende da gravidade da situação. A prioridade é máxima para casos que envolvem vazamento em conjunto com desabastecimento de uma grande quantidade de imóveis, como foi a ocorrência na Benjamin Constant, por exemplo.

– Ao longo dos últimos anos, trabalhamos na questão de redução de perdas e no combate de vazamentos. Nós também precisamos trabalhar em cima de prioridades e de prazos. O que a gente busca fazer é reduzir (as solicitações) para o tempo mínimo de atendimento. Quando a pessoa liga para o nosso 0800 e informa que está com vazamento, mas não informa que está desabastecida, este serviço tem um prazo de 48h. Se a pessoa informa que tem um quadro de vazamento e desabastecimento esse tempo se reduz – afirma Andréia.

Andréia ainda salientou que os dois casos sem resolução, nos bairros Pinheiro Machado e Tancredo Neves, já estão no cronograma da Corsan.

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