infraestrutura

Em geral, asfaltos de rodovias também são projetados para durar 5 anos

Deni Zolin

Foto: Renan Mattos (Diário)

A informação trazida pelo Diário de que a recuperação de ruas de Santa Maria foi projetada para durar de 2 a 5 anos causou surpresa em muita gente. Porém, para quem está acostumado com projetos de rodovias, é algo bem normal. E não significa que a recuperação das vias será mal executada. Por exemplo: boa parte das rodovias é projetada para que o asfalto dure 5 anos, em condições ideais, levando em conta determinado fluxo de veículos - a principal condição é que o limite de peso dos caminhões seja respeitado, mas sabemos que no Brasil, há casos de carretas com até o dobro da carga permitida, e daí não há asfalto que aguente isso. Em rodovias novas, até se consegue projetar uma durabilidade de 10 anos, mas isso é difícil e precisa haver condições ideais.

Asfalto usado em recuperação de ruas de Santa Maria deve durar de 2 a 5 anos

Porém, apesar de um projeto prever durabilidade de 5 anos, isso não significa que quando esse prazo acabar, a rodovia ou rua precisará receber asfalto novo em toda a extensão. É por isso que é importante fazer obras de manutenção e reparos dos pontos com problemas na pista à medida que eles forem surgindo. Com isso, consegue-se prolongar a vida útil do asfalto.

No caso de recuperação de ruas e avenidas nas cidades, como Santa Maria, a situação é ainda mais complexa. Primeiro, porque muitas dessas vias foram abertas há décadas e não se sabe a qualidade da base embaixo do pavimento. Parte delas foi asfaltada sobre paralelepípedos, que pode ter base irregular e, com o tráfego intenso, o asfalto pode ceder e não durar muito tempo. Em segundo lugar, porque o tráfego intenso de ônibus é outro complicador, já que esse é um tipo de veículo com uma das maiores cargas concentradas e que acaba danificando o asfalto com mais facilidade. Por isso, o ideal seria que todos os corredores de ônibus tivessem pistas especiais, construídas com base reforçada e pavimento de concreto, como no caso de um trecho da Rua do Acampamento. Lá, a obra foi feita há mais de 10 anos e segue intacta. É problema é que fazer corredores de ônibus assim em todas as avenidas da cidade teria um custo muito elevado. Por isso, entre o ideal e o possível, a prefeitura acaba tendo de recorrer ao possível. A gestão Pozzobom errou, sim, ao ter demorado quase dois anos para enfrentar o problema dos buracos, mas quanto a essa recuperação que está começando agora, é preciso reconhecer que ela é feita com uma técnica melhor que a de um tapa-buracos comum.

PAVIMENTO PODE DURAR MAIS
Portanto, é importante a população saber que as obras de recuperação feitas pela prefeitura terão uma vida útil. Mas isso não significa que o trabalho da prefeitura, de obter esse empréstimo para recuperação das vias, seja em vão, já que vai resolver o problema temporariamente. Isso precisa ser feito, sim, pois, caso contrário, essas ruas virariam um caos ainda maior. Em alguns casos, poderá até durar mais tempo, se for feita manutenção preventiva adequada nos próximos anos, realizando a fresagem (retirada do asfalto com defeito) e a repavimentação dos pontos logo que aparecem os primeiros buracos. Mas como são obras em ruas com condições não ideias (sem saber o tipo de base), nem engenheiros conseguem ter certeza de quanto tempo pode durar.

Como eu já havia dito outras vezes: estudos indicam que não é de hoje que o asfalto da maioria da cidade está com a vida útil vencida, pois nas últimas décadas, a prefeitura sempre priorizou asfaltar ruas novas na periferia, muitas vezes em locais onde não havia necessidade. E daí, é óbvio que faltaria dinheiro para fazer manutenção preventiva no asfalto. Resultado: dezenas de ruas e avenidas importantes do Centro ficaram esquecidas por décadas e o asfalto está totalmente deteriorado, sendo necessário gastar bem mais agora.

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