Efeito do La Niña, redução de chuvas no Sul ameaça safra de grãos nos próximos meses

José Quintana Jr.

Efeito do La Niña, redução de chuvas no Sul ameaça safra de grãos nos próximos meses
Apesar de o plantio da temporada 22/23 de grãos no sul do país ter começado sem grandes problemas por conta da seca, a plataforma agroclimática Zeus Agrotech faz um alerta aos agricultores da região: há perspectiva de que as chuvas em estados do sul – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná -, registrem volume abaixo do normal nos próximos meses.

A empresa revela que o cenário tem como gatilho a continuidade do fenômeno La Niña, que apesar de ser de fraca a moderada intensidade, deve trazer efeitos clássicos ao Brasil. Ou seja, uma redução das chuvas no sul do país e mais precipitações no Norte.

Na última semana, a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos elevou a probabilidade de ocorrência do La Niña entre outubro e dezembro de cerca de 90% para 95%, confirmando um terceiro ano seguido do fenômeno.

A Zeus Agrotech indica que grande parte do Rio Grande do Sul, assim como o oeste de Santa Catarina e do Paraná, apresenta previsão de precipitações de 120 a 150 milímetros abaixo da média entre novembro e janeiro. Isso não significa que haverá uma ausência total de chuvas, mas as precipitações poderão ter episódios mais espaçados, com riscos de veranico.

Na última safra, o fenômeno La Niña foi responsável por uma quebra na safra de soja do Brasil de mais de 10 milhões de toneladas em comparação com o ciclo 20/21 devido à falta de chuvas em algumas áreas do país. Neste ano, é possível observar que algumas regiões da América do Sul, como a Argentina, começam a sofrer com o tempo seco e, consequente, atraso no plantio.

Expectativa

Conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Emater-RS, o desempenho das lavouras de soja no sul do país deve apresentar melhora na safra 2022/2023 quando comparado ao último ciclo.

No Rio Grande do Sul, a estimativa é que sejam plantados 6,6 milhões de hectares. A projeção é de uma colheita de 20,5 milhões de toneladas no ano que vem, um aumento de 124% em relação à safra passada, que foi de 9,1 milhões de toneladas.

Segundos os dados apresentados pela Emater-RS e o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), o Estado deve reduzir em praticamente 10% a área do plantio do arroz. O que deve representar praticamente 100 mil hectares a menos. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil, responsável por cerca de 70% da produção do país.

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