Eduardo Rolim: reprodução humana planejada

Redação do Diário

Eduardo RolimMédico

A taxa de fecundidade necessária para que um país mantenha sua população estável é de 2,1 filhos por mulher. Atualmente, mais da metade dos países no mundo não alcançam essa taxa. As causas principais são a educação e condições socioeconômicas. Os países europeus são os que apresentam menores taxas (1,52 filho) enquanto os países africanos são detentores das mais altas taxas (acima de 5 filhos).No Brasil, a taxa de fecundidade em 2019 estava em 1,72 filho por mulher; já em 2021, está calculada em 1,76. A maior taxa de fecundidade no Brasil está na região Norte, com 2,51 filhos por mulher. É fácil concluir a relação direta existente entre os índices de pobreza e educação. Da mesma forma que acontece na Europa, no Brasil existem diferenças regionais importantes. Não só em regiões geográficas; mesmo em cidades, essa verdade se verifica. Nossas vilas mais pobres são os lugares onde encontramos maior número de filhos por mulher. Isso impacta diretamente no desenvolvimento pelo desequilíbrio socioeconômico resultante. As ações governamentais de assistência em saúde, educação, emprego e renda são cada vez mais necessárias para esse segmento da população. A maioria das ações existentes é voltada ao tratamento dos problemas. Faltam ações preventivas que venham corrigir a médio e longo prazo essas distorções. Se ficarmos aguardando pela criação de empregos e renda, de melhora na escolaridade, teremos entre nós esses problemas ainda por muito tempo. Ações mais efetivas, a curto prazo, poderiam ser adotadas de imediato. Uma delas seria o planejamento familiar.

Para concedermos uma carta de direção para veículos automotores é necessário que o pretendente frequente um curso de formação e seja aprovado em exames de suficiência que o habilitem, com segurança, a dirigir um carro. Para formar uma família, no entanto, nada é exigido. Os casais se formam sem preparo algum, mormente nas zonas mais pobres. Mesmo entre as classes mais abastadas é comum o despreparo. Muitas moças entram na vida conjugal sem um mínimo de orientação quanto à prevenção de gravidez indesejada e de preparação para criar e educar um filho.

O Brasil possui um sistema de saúde dos mais abrangentes para um país continental como o nosso. O programa Estratégia Saúde da Família é a iniciativa mais importante dentre todas as ações do SUS. Infelizmente, ele ainda não é utilizado em todas as suas potencialidades. As equipes necessitam ampliar sua preparação técnica. A eficiência que poderiam desenvolver causaria uma verdadeira revolução no sistema. Nossas universidades poderiam contribuir para estudar a fundo os subsídios a desenvolver. Uma das ações seria a preparação dos casais para a geração dos filhos. Um curso básico de comportamento sexual seria o mínimo que as pessoas deveriam ter. O uso de contraceptivos para que os filhos pudessem ser planejados é condição sine qua non, mas, para isso, é necessário um mínimo de educação e disciplina. Essa iniciativa já existe, porém com pouca eficiência. O oferecimento do DIU seria muito mais resolutivo e permitiria que o casal, com tranquilidade, decidisse a hora de ter um filho que pudesse ser alimentado e educado dentro de condições mínimas de respeito humano.

Necessário que discussões e debates sejam feitos para alcançarmos os melhores objetivos.

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