As aulas na Sinos de Belém serão retomadas na quarta-feira. Pais cujos filhos apresentem sintomas como febre, dor de garganta e feridas avermelhadas na planta dos pés, mãos e interior da garganta são avisados a não levarem as crianças à escolinha.
A creche passa por uma faxina geral: pisos e paredes são lavados, brinquedos e louças são desinfetados. São usados produtos como água sanitária, álcool, água, sabão e escova. Alguns brinquedos, por exemplo, são deixados de molho na água sanitária com sabão, escovados, secos e, no final, desinfetados com álcool 70.
Na Sinos de Belém, apenas um aluno, dos 230, foi diagnosticado com a virose. Outro apresenta os sintomas.
O pediatra que atendeu a criança pediu que a família avisasse a escola. Na sexta, fomos avisados. Comunicamos a Secretaria da Educação e a Vigilância, que nos orientaram a suspender as aulas para que não tivesse criança aqui enquanto é feita a higienização conta a diretora Lilian Medianeira Prieto.
A creche também deverá adotar, como pedida permanente, a higienização dos brinquedos semanalmente.
As outras escolinhas que enfrentaram o mesmo problema Nosso Lar, Casa da Criança, Padre Orlando e Santa Rita de Cássia já retomaram as aulas. Mas por que esse vírus se tornou conhecido da população só agora e é preciso interromper as aulas? A doença é antiga. A orientação de suspensão de aula é vista com estranheza pelo infectologista pediátrico Fábio Lopes Pedro. Segundo ele, a mão-pé-boca é benigna, não oferece risco à saúde das crianças.
Desconheço recomendação na literatura científica que indique a interrupção de aula para controle do tempo de transmissão. A gente não fornece nem atestado para quem tem os sintomas, porque não interfere na atividade. Se a criança está febril, com dificuldade de se alimentar, tem que ficar em casa porque não está bem. Mas não há uma determinação de isolamento. E acredito que as creches do município tenham limpeza em um padrão suficiente diz o médico. Pedro ressalta que a mão-pé-boca é contagiosa, no entanto, isso não significa que todos ficarão doentes.
Superintendente da Vigilância em Saúde, Selena Michel rebate, sustentando que as medidas integram o Manual de Boas Práticas de Higiene, criado pela Vigilância para a Educação Infantil.
As creches são fechadas para que possam ser higienizadas, para se evitar a propagação viral. Nas escolas em que tomamos essas medidas, a propagação parou defende Selena.
Atendimentos no PA aumentaram
No PA Pediátrico do Patronato, em média de três a quatro crianças são atendidas por dia com os sintomas de mão-pé-boca. Antes de os fechamentos de escolinhas tornarem-se conhecidos, a procura era de uma a duas diariamente, conforme a Secretaria da Saúde do município.
A doença é típica do inverno, mas podem ocorrer picos de casos no verão. É transmitida pelo enterovírus 71 e espalhasse-se por meio de tosse, saliva e pelo contado com fezes contaminadas.
No caso desta virose, tomamos esse cuidado (de fechamento para limpeza) porque pode ser transmitida por espirro, saliva e porque são crianças pequenas, que levam tudo à boca conta a superintendente da Vigilância em Saúde, Selena Michel.
Médica da prefeitura e residente em infectologia no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), Paula Martinez, concorda que não há necessidade de isolamento. No entanto, ela acredita que interromper as aulas para higienização é importante.
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