Diálogos sobre maternidade e aleitamento materno ganham destaque durante o Agosto Dourado

Desde que a Lei 13.425/2017 foi sancionada em 12 de abril de 2017, instituindo o mês de agosto como o Mês Nacional do Aleitamento Materno, rodas de conversas, palestras e eventos tem sido realizadas, buscando a conscientização sobre a importância do ato.

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Atividades

Neste sábado (20), uma roda de conversa sobre maternidade real e uma oficina de sling ocorrerão gratuitamente no Shopping Praça Nova. As atividades fazem parte do projeto Aldeia Apoio à Parentalidade, idealizado pela antropóloga Ana Rodrigues.

Para a psicóloga e educadora especial Ângela Meincke, que participará da roda de conversa, a maternidade é um desafio diário que envolve muito amor, afeto e desejo, mas também carrega momentos difíceis e frustrantes. Por conta disso, o diálogo se faz necessário.

– Geralmente, as mulheres passam por estes momentos mais desafiadores, sozinhas, ou tem dificuldade de falar sobre eles, como se fosse uma “carga” que obrigatoriamente tem que carregar sozinhas. Quando nos encontramos em grupo e dividimos histórias, percebemos que outras tantas pessoas passam por momentos e situações semelhantes. E muitas vezes, encontramos soluções – afirma.

Já a oficina será ministrada por Ana, que também é consultora de babywearing. A atividade, assim como o encontro, é destinada à gestantes e mães de crianças de até três anos. As inscrições podem ser feitas neste formulário.

– Na oficina, falaremos sobre a importância da ergonomia, quando pode começar a usar, até quando usar, e também sobre os benefícios da amamentação, cólicas, refluxo, regulação de temperatura –explica Ana.

Programe-se

O quê – Roda de Conversa sobre maternidade e Oficina de SlingQuando – Sábado (20), às 16hOnde – No Praça Palco, no Shopping Praça Nova (BR 287, nº 2885. Bairro Patronato)Quanto – Gratuito Inscrições – Diretamente no formulário ou na agenda no site do Shopping Praça Nova Santa Maria

Conscientização

Em entrevista ao Diário, a médica infectopediatra Débora Goulart Gobbi falou sobre aleitamento materno e a importância do ato, que é discutido durante o Agosto Dourado:

–O leito materno é um alimento completo para a criança. Além de oferecer os nutrientes que a criança precisa, ele oferece proteção e imunidade. Parece uma coisa simples e natural. Mas na prática, vemos que não é. É difícil para a mãe começar a amamentar. É difícil para a sociedade contribuir para o aleitamento materno. Então, estamos caminhando para melhorar os índices de crianças no país que mamam.

A médica explica que as dificuldades no processo de amamentação podem ser diminuidas com uso de técnicas para o posicionamento da criança no colo da mãe. Entre as orientações para a prática, estão observar se o estomâgo da criança está alinhado com o da mãe, a posição da cabeça e a boca do bebê, que deve estar no formato peixinho quando for pegar a aréola da mama. Débora comenta que mesmo quando o aleitamento está instituído e estabelecido, há frequência no desmame precoce:

– O recomendado é que o aleitamento materno seja até os seis meses de idade em livre demanda. É a criança que sabe de quantas em quantas horas ela irá mamar e isso acaba sendo muito desgastante para a mãe. Então, ela precisa de ajuda e de uma rede de apoio. É nestes casos, que muitas vezes, acontece o desmame. A mãe, por ser ela quem amamenta, acaba sozinha nesta tarefa.

Enquanto médica infectopediatra, Débora afirma que o aleitamento materno é uma proteção contra diversas doenças, refletindo também sobre a importância da vacinação de gestantes e os benefícios ao bebê:

– Além da alimentação, (o leite) vai passar todas as vacinas que a mãe já fez, toda a imunidade da mãe. Também é aconchego. A criança também vai se sentir protegida, porque ela estava ali dentro dessa mãe por um longo período.

Apesar do Agosto Dourado ser voltado a conscientização e modificação de antigas questões, muitas mulheres ainda passam por dificuldades ao amamentar o próprio filho em público. Entre os motivos, está a sexualização do corpo feminino.

– É algo que pretendemos modificar – conclui Débora.

Arianne Lima ([email protected])

*com informações da assessoria de comunicação do Praça Nova

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