Desapropriado em 2012, Parque da Jockey segue com grande quantidade de lixo acumulado

Leandra Cruber

Desapropriado em 2012, Parque da Jockey segue com grande quantidade de lixo acumulado

Eduardo Ramos

Fotos: Eduardo Ramos

Há dois meses, a reportagem do Diário foi ao Parque da Jockey, localizado no Bairro  Juscelino Kubitschek, para acompanhar a situação do local que foi desapropriado em 2012. Antes disso, o Jockey Club foi local referência em corridas de cavalos por 50 anos. Agora, além das ruínas do prédio onde funcionavam as cabines de transmissão e das baias na qual os cavalos ficavam, o local abriga uma grande quantidade de lixo. 

Além de garrafas de bebidas, latas, copos, embalagens de preservativo e carteiras de cigarro, que também foram encontradas no local há dois meses, o descarte de móveis de madeira, como sofás e balcões, televisões, roupas e calçados tem chamado a atenção. Uma longa trilha de lixo se forma atrás das ruínas do prédio e segue até as antigas baias.

Apesar do atual estado do Parque da Jockey, parte da área de 22 hectares ainda é frequentada. De acordo com moradores, nos finais de semana algumas famílias vão até o local para tomar chimarrão. Já em dias de semana, praticantes de velocross, como o Henrique Righi, costumam treinar no parque. Eles traçaram uma espécie de pista no local e Henrique frequenta o Parque da Jockey há cerca de um ano. O local já sediou eventos do esporte.

– Essa área é bem bacana para treinar para campeonatos de velocross, já que é plana e em dias de semana não é muito movimentada. Eu adoro. Inclusive, desde que comecei a vir, está bem abandonado e tem bastante lixo. Seria legal se desse para virar um centro de eventos, por exemplo. Poderia ter pista para velocross e para as corridas de cavalo, como tinha antigamente – comenta Henrique. 

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O pintor Jeferson Barros de Lima diz que os moradores tentam cuidar do ambiente, mas que é frequente o descarte de lixo por carros que chegam no Parque da Jockey, descartam materiais como móveis, lixo eletrônico e roupas, e saem.  

– Nos domingos que tem mais movimento a gente espera a gurizada ir embora e vem aqui juntar o lixo, como latinhas. Já juntei alguns sacos e conseguimos vender para a reciclagem. Mas não adianta muito fazer isso se vem gente de fora e atira até sofás por aqui e ainda botam fogo – relata o morador. 

Na quarta-feira, equipes de limpeza contratadas pela prefeitura realizaram o corte de grama do parque. Segundo Adelto da Silva, 34 anos, que trabalhava no local, o serviço de corte é realizado semanalmente. Já em relação ao acúmulo de lixo, a prefeitura explica que são realizados serviços de manutenção constantes no espaço. Porém, espera contar com o bom senso dos moradores para que não ocorra descarte irregular de resíduos.

Há seis meses, local é ocupado

Há seis meses, a dona de casa Tanise Menezes, 28, e o pintor Jeferson Barros de Lima, 43, ocuparam um terreno às margens do Parque da Jockey. Além do casal, outras moradias instaladas de forma irregular surgiram. Segundo Tanise, morar no local foi uma alternativa ao aluguel.

– A gente morava de aluguel e não estava mais conseguindo pagar. Nos falaram desse espaço perto do parque que estava abandonado. Quando chegamos aqui, tinha um mato muito alto, vários animais tipo cobras e aranhas. Aos poucos fomos limpando e agora nós e os vizinhos tentamos manter a limpeza pelo menos dessa parte mais central que é bastante frequentada por motociclistas, pessoas que treinam para rodeios e algumas famílias nos finais de semana. Já fomos notificados sobre a irregularidade, não temos outro lugar para morar no momento – explica. 

De acordo com a prefeitura, a ocupação tida como irregular é tratada e acompanhada pela Secretaria de Administração e Gestão de Pessoas, Procuradoria Geral do Município e Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária. Uma ação de reintegração está ajuizada e, agora, segue os trâmites tradicionais do processo.

Investimento público

Fotos: Ronald Mendes/Arquivo DSM

Em 2012, durante a gestão do ex-prefeito Cezar Schirmer, uma quadra esportiva foi construída no local. A iniciativa fez parte da primeira fase do projeto de recuperação da área. Da estrutura instalada, restou apenas o piso. O restante como redes, goleiras e arcos, segundo os moradores, foram furtados pelas pessoas.

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