Depois de quatro dias, Calourada na Gare se mostrou acertada

Jaqueline Silveira

Terminou na madrugada de sexta-feira a Calourada 2023. E com êxito. Em novo formato e com shows, o evento foi transferido da Praça Saturnino Britto, conhecida como Praça do Brahma, para a Gare da Estação e, depois de quatro dias, mostrou-se uma decisão acertada. Sob um forte esquema de segurança e uma grande estrutura montada em um lugar histórico da cidade – com dois palcos, mais de 50 banheiros químicos e praça de alimentação –, a engrenagem funcionou, inclusive a limpeza na Gare e arredores ao final da Calourada. Cercada com gradis e com dois acessos – um de entrada e outro, de saída – foi mais fácil também de controlar.

E funcionou bem porque teve organização e planejamento. A prefeitura assumiu a responsabilidade em promover a Calourada depois que a Universidade Federal de Santa Maria procurou o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB). Já a Gare foi escolhida após a consulta e o aval das autoridades de segurança. Depois, juntou-se o Diretório Central dos Estudantes (DCE), fundamental para convencer os calouros a aderirem ao novo local. Ou seja, houve uma sintonia fina entre todos os órgãos envolvidos.

Ao final dos quatro dias, foi registrado um número – 18– quase irrisório de ocorrências e sem gravidade, segundo levantamento da Brigada Militar, diante da multidão que circulou por lá – 16 mil, 12 mil, 15 mil e 15 mil pessoas, respectivamente, na segunda, terça, quarta e quinta-feira. Também o policiamento foi eficaz nos arredores para a volta dos jovens para casa. Todos retornaram com segurança. Isso, sem dúvida, foi o mais importante. Alguma aglomeração ou outra ocorreram na área central, mas em nada tiraram o brilho da festa na Gare. As reclamações sobre perturbação do sossego público no entorno da Praça do Brahma, que foi cercada por gradis, também não aconteceram.

Potencial

Ao longo da organização e da realização da festa, a prefeitura recebeu muitas críticas sobre a utilização de mais de R$ 400 mil em recurso público da Secretaria da Cultura para bancar a estrutura da Gare e os shows. Algumas até exageradas e muito rasas, inclusive na Câmara de Vereadores. Santa Maria é uma Cidade Universitária e os jovens estimulam a economia: compram em supermercados e lojas, frequentam bares e restaurantes, circulam nos ônibus… E que bom que o Coração do Rio Grande tem universidades com grande potencial e tantas outras faculdades qualificadas!

Críticas

Respeitadas as opiniões contrárias, o fato de grande parte da imprensa não criticar o uso de verba pública não quer dizer que a mesma feche os olhos para os problemas da cidade. Eles existem, sim: na saúde, na educação, na infraestrutura… Bem como ocorrem reclamações de sossego público e confusões na Praça do Brahma, independentemente do período da Calourada.

Como foi a primeira edição, é normal que ajustes sejam feitos para a próxima festa. Agora, o dinheiro disponibilizado pela prefeitura foi um investimento quando se trata de cuidado e proteção com estudantes que escolhem Santa Maria e suas instituições de ensino.

Em setembro do ano passado, lamentávamos – e lamentamos ainda –, e autoridades davam explicações sobre a morte de um jovem de 22 anos que foi participar da Calourada e perdeu a vida no caminho para casa. Portanto, agora, temos muito mais a celebrar e saudar todo o esforço realizado pelos diferentes órgãos que trabalharam para o sucesso do evento. O desafio será manter a régua elevada desta primeira edição!

Em quatro dias de festas, Calourada 2023 reúne público de quase 60 mil na Gare

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