Depois de o atual governo do Estado ter vendido a CEEE Distribuição, que atendia consumidores de 72 cidades, e a CEEE-T, que tinha linhas de transmissão, nesta sexta-feira (29) foi a vez de se desfazer do braço de geração, que administrava usinas hidrelétricas.
A CEEE-G foi arrematada, em leilão, na Bolsa de São Paulo, por R$ 928 milhões, ágio de 10,9%, já que o preço mínimo era de R$ 836 milhões. A vencedora foi a Companhia Florestal do Brasil, ligada ao grupo siderúrgico CSN. A outra concorrente era a Auren Energia, ligada ao grupo Votorantim e à CPP Investiments.
Com a venda da CEEE-G, a CSN assumirá as usinas hidrelétricas do Rio Jacuí, incluindo a Usina Dona Francisca (foto), entre Agudo e Nova Palma, inaugurada no início dos anos 2000, além das usinas Itaúba, Passo Real, Leonel Brizola e Ernestina. A venda também inclui outras oito usinas menores, como Ivaí. Ao todo, elas geram 909 megawatts (MW). A CEEE-G também tem 343 MW em outros projetos de geração, por meio de consórcios.
O valor pago pela CSN é por 66% da CEEE-G que eram do Estado, pois 32,66% seguem sendo da Eletrobras, 0,83% de prefeituras e 0,49% de empresas. A CSN pagará ainda 1,66 bilhão à União pela outorga, que é o direito de operar as usinas.
Há 1 ano, a CEEE-T havia sido vendida pelo Estado à CPFL por R$ 2,67 bilhões. Em março de 2021, o grupo Equatorial havia comprado a CEEE-D por R$ 100 mil, mas assumiu dívida de R$ 4,1 bilhões.
Dono da CSN e a ligação com a região
Bisavô e avô de Benjamin vieram para a Colônia Philippson (hoje pertencente a Itaara) em 1904, onde viveram até o avô se mudar para o Centro do país
A CSN é uma empresa de capital aberto, com ações na bolsa, comandada por Benjamin Steinbruch, que lidera o Grupo Vicunha. Uma curiosidade é que ele é bisneto do rabino Abraão Steinbruch, que veio da Rússia ao Brasil, em 1904, com a família, após ser contratado por uma associação que ajudava judeus perseguidos na Europa oriental.
Abrahão veio para a Colônia Philippson, que hoje fica em Itaara, onde era líder espiritual. Um de seus filhos, Benjamin, que chegou a Philippson com 17 anos, era avô do atual CEO da CSN, que herdou o nome do avô. Eles deixaram a região há décadas.