Concessão da RSC-287, de Santa Maria a Tabaí, não inclui a Faixa Nova de Camobi

Fotos: Renan Mattos (Diário)

Na manhã de hoje o governo do Estado anunciou o RS Parceria, programa de concessões e parcerias público-privadas do Estado que prevê a concessão de um trecho de 204 km da RSC-287, principal rodovia que liga Santa Maria a Porto Alegre. O trecho a passar por licitação é de Santa Maria a Tabaí e, com a concessão, terá 5 pedágios no trecho (2 já existentes e outros 3 novos). A cobrança máxima estipulada pelo governo do Estado é de R$ 5,93. Além dos pedágios, a concessão prevê manutenção, melhorias e um cronograma de obras de duplicação na rodovia. 

O trecho a ser concedido, porém, exclui a Faixa Nova de Camobi. De acordo com o que foi publicado no Diário Oficial do Estado de hoje, a concessão será do Km 28,03 ao Km-232,54, que fica perto do trevo da Base da Aérea de Santa Maria. A Secretaria Estadual de Governança e Gestão Estratégica não descarta a possibilidade de inclusão da Faixa Nova de Camobi no trecho de concessão, para que também possa ser duplicada. Porém, isso dependerá da pressão da comunidade e de autoridades, nas audiências públicas, e também da viabilidade técnica. A previsão inicial é que nos 30 anos de concessão sejam investidos, com recursos privados, R$ 2,2 bilhões na RSC-287. 

O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Rodrigo Decimo, diz que lutará pela inclusão da Faixa Nova na concessão:

- Nas audiências públicas que deverão ter início daqui a um mês iremos tentar ir em todas as reuniões e tentaremos incluir o único trecho da RSC-287 que não esta contemplado no estudo do governo do estado, que é a nossa Faixa Nova.

Ainda no planejamento inicial é que as duplicações, em sua totalidade, ocorram em um prazo de 12 anos, assim que a rodovia passar para administração privada. A duplicação dos trechos urbanos seria em um prazo de 5 anos.  A previsão do governo do Estado é que nos próximos seis meses a empresa que vai administrar a rodovia seja definida. 

Na apresentação de detalhes do programa nesta manhã foi anunciado que cinco pedágios devem ser instalados neste trecho após a concessão para iniciativa privada.

PEDÁGIO AQUI

Já quanto ao local da primeira praça de pedágio perto de Santa Maria, está definido que será no km 214, que fica no trevo de Santuário, que serve de acesso à Quarta Colônia. Não se sabe se seria antes ou depois do trevo, o que faz toda a diferençam para definir se quem vai de Santa Maria à Quarta Colônia (e vice-versa) pagará ou não pedágio.

Quanto a isso, a Secretaria de Gestão informou que o ponto exato da praça de pedágio poderá ser modificado a partir das discussões nas audiências públicas, mas precisará ser levado em conta também o impacto financeiro na concessão, caso se opte por instalar o pedágio após o Trevo do Santuário (em direção a Restinga Sêca) e não seja cobrado pedágio de quem faz o trajeto entre Santa Maria e a Quarta Colônia. 

Outro assunto que deverá ser definido e ser discutido nas audiências públicas é se será ou não cobrado pedágio ou dado desconto a quem mora perto das praças de pedágios. 

OUTRAS PRAÇAS 
Além do pedágio no Trevo do Santuário, outros quatro pedágios estão previstos no trecho. Dois deles - um em Candelária e outro em Venâncio Aires - já existem, apenas passariam a ser administrado pela empresa que ficar responsável pela rodovia. Outros dois novos devem ser construídos, um em Tabaí e outro em Cerro Branco.

Veja, no mapa, como pode ficar as cobranças de pedágio:

TRÁFEGO 
Há pouco mais de um ano, o Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt-RS) mostrou um verdadeiro Raio X da 287. O documento alerta que é preciso duplicar a rodovia de Tabaí a Santa Maria até 2039, sob risco de paralisar o tráfego. Para isso, nos próximos 20 anos, seria necessário arrecadar cerca R$ 1,5 bilhão para as obras, valor que a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e o governo do Estado dizem não dispor.