Comunicador do Grupo Diário se prepara para ser doador de medula óssea; saiba como ser voluntário

Arianne Lima

Comunicador do Grupo Diário se prepara para ser doador de medula óssea; saiba como ser voluntário
Foto: Reprodução

Estudos estimam que cerca de 25% das famílias brasileiras contam com um doador ideal de medula óssea. Logo, 75% dos pacientes precisarão de uma alternativa. Neste processo, a chance de se identificar um voluntário compatível na fase preliminar de busca é de até 88%. Porém, ao final do processo, 64% dos pacientes têm este doador confirmado. O processo, que é permeado pela esperança, só começa efetivamente quando há compatibilidade e o voluntário cumpre com o compromisso firmado com a causa.

Compromisso

Desde dezembro de 2009, o comunicador do Grupo Diário Rafael Menezes, 38 anos, é um dos mais 369 mil voluntários gaúchos cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Atualmente, 5,6 milhões de pessoas fazem parte desta rede, que é considerada a terceira maior do mundo.

Em 12 de abril deste ano, ele recebeu uma mensagem da equipe do Redome. Em um primeiro teste com a amostra doada em 2009, os resultados de Rafael foram compatível com a de um receptor. Ao confirmar a disponibilidade enquanto doador, ele iniciou um processo que envolverá diversos exames para confirmar o nível de compatibilidade.

No dia 18 deste mesmo mês, Rafael retornou ao Hemocentro Regional de Santa Maria, local no qual se cadastrou como doador de medula óssea, para fazer uma nova coleta de sangue. O material passará por novos testes e o resultado deve sair em até 90 dias. Caso o comunicador esteja apto, o procedimento de coleta da medula óssea poderá ocorrer ainda este ano. Rafael fala sobre a importância do papel do voluntário nestes casos: – Existe muitos casos de pessoas que, no calor do momento, em nome de algum amigo ou familiar, cadastram-se para doar medula e com o tempo acabam esquecendo. Quando são contatadas para a doação, elas desistem ou não aceitem e isso é uma pena, porque o intuito de doar é salvar vidas, independente de quem for receber.

Como ser um voluntário

No Estado, o cadastro como doador voluntário de medula óssea pode ser feito em qualquer hemocentro. Desde que a Portaria 685 foi publicada em junho de 2021, a idade limite para se registrar é 35 anos. Entretanto, a mudança é referente apenas ao cadastramento, uma vez que o voluntário pode realizar a doação de medula óssea até os 60 anos.

Além disso, boa saúde e não ter doenças infecciosas, neoplásticas, hematológicas ou do sistema imunológico são critérios a ser considerados para dar continuidade ao processo.

Como funciona:

O voluntário comparece a um hemocentro da região para se cadastrar como doador de medula óssea

Além de documento com foto, é necessário fornecer dados de identificação e localização. O doador também deverá assinar um termo de consentimento, no qual se compromete com a causa e com as etapas a serem seguidas

Após o cadastro e assinatura do termo, é coletada uma amostra de sangue (10 mL) do doador voluntário

A equipe do hemocentro fará o cadastro inicial dos dados no Redome e encaminhará a amostra para um hospital habilitado para a realização do exame de compatibilidade, conhecido também como Tipagem do sistema Antígenos Leucocitários Humano (HLA)

É fundamental que o doador cadastrado mantenha os dados atualizados no sistema

Caso haja paciente compatível, o Redome entrará em contato com o doador, que será convocado para fazer novos exames

Somente após todas as etapas concluídas, o voluntário será considerado apto e poderá realizar a doação

Cadastre-se no Hemocentro Regional de Santa Maria

Horário de atendimento para cadastro de doador de medula óssea – De segunda a sexta das 8h às 14h e sempre no terceiro sábado do mês das 8h às 12h

Endereço – Alameda Santiago do Chile, 35, Nossa Senhora das Dores

Fone – (55) 3221.5262 ou 3221.5192

E-mail – [email protected]

Transplantes

As principais doenças tratadas com o transplante de medula óssea são a leucemia, anemia aplástica, anemia de Fanconi, síndromes provocadas pela deficiência medular, linfomas, mieloma múltiplo, hemoglobinopatias, tumores no testículo e neuroblastomas. Atualmente, 143 pessoas aguardam na lista de espera por um transplante de medula óssea no Rio Grande do Sul.

O procedimento é semelhante a uma transfusão de sangue e leva em média duas horas para ser realizado. A Central Estadual de Transplantes acompanha três modalidades: a autóloga, em que as células da medula óssea provêm do próprio receptor transplantado; aparentada, quando a doação é feita por um familiar, e não-aparentada, que ocorrer com o chamamento de um voluntário.

Das oito instituições que estão cadastradas como Centros de Transplantes não-aparentados junto ao Redome na região sul do país, quatro hospitais estão localizadas no Rio Grande do Sul. São elas: Hospital das Clínicas de Porto Alegre (UFRGS), Hospital Nossa Senhora das Graças, em Canoas; Irmandade Santa Casa da Misericórdia, em Porto Alegre; e Hospitais Moinhos de Vento, também na capital.

Transplantes de medula óssea no Rio Grande do Sul*

Realizados até março de 2023

Autólogo – 45

Aparentado – 15

Não-Aparentado – 4

Total – 64

Número de transplantes de medula óssea a partir da modalidade não-aparentado nos últimos três meses

Janeiro – 1

Fevereiro – 2

Março – 1

Total – 4

Lista de espera para transplantes com receptores ativos

143

*Atualizado em março de 2023

Fonte: Central de Transplantes do Rio Grande do Sul

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