Ensinar por meio dos erros, acertos, conquistas e frustrações. Transmitir experiência e legado. Será que isso é possível? Esse foi o tema do Faz Sentido do último domingo, com a jornalista Fabiana Sparremberger e o psicólogo Diógenes Chaves. O programa foi inspirado no livro Pais inteligentes formam filhos sucessores, não herdeiros, do escritor e psiquiatra brasileiro Augusto Cury.
Sucessão
O autor classifica herdeiros, como os filhos que têm de legado a carga genética, os bens materiais e o direito de estudar. Conforme a jornalista, esses herdeiros costumam perder o patrimônio:– Segundo o autor, eles são gestores inconsequentes. Já os sucessores, preservam e multiplicam essa herança recebida. Amplificam o que receberam.
Os herdeiros são imediatistas, precisam de tudo ao mesmo tempo. São pessoas que não têm paciência para esperar. Os sucessores, conseguem pensar a médio e a longo prazo, são mais resilientes, comenta Diógenes:– É interessante a maneira como o autor coloca a diferença. Os herdeiros apenas reproduzem ações, já os sucessores aprimoram o que aprendem.
Legado
Pais herdeiros, na maioria das vezes, vão criar os filhos para seguirem os passos dele e vice-versa. Segundo o psicólogo, pais sucessores, vão entregar esses valores na educação dos filhos:– Como a transmissão de valores é feita pelos familiares? Os filhos precisam entender que eles são valiosos. Isso, só acontece por meio do diálogo. Só assim criamos sucessores.
Durante a vida adulta, o medo do fracasso pode desviar o indivíduo do verdadeiro foco, que é o sucesso. Fugir disso pode causar estresse e ansiedade, explica Fabiana.– Quando os adolescentes, por exemplo, encontram conforto apenas nas redes sociais, eles acabam não tendo as experiências necessárias para o desenvolvimento deles – pontua ela.
Construção
No livro o autor cita a Lei do Menor Esforço, comportamento comum principalmente ao herdeiro. No livro, o autor destaca que é mais fácil tratar de pacientes psiquiátricos do que educar um filho. É mais fácil liderar milhares de funcionários, que educar os filhos.
De acordo com o psicólogo, o medo também impede que os educadores compartilhem os próprios erros.– As falhas e os tropeços fazem parte da nossa essência. Ter receio de passar esses conhecimentos aos filhos pode desenvolver o excesso de proteção, o que não é saudável para ambas as partes – explica Diógenes.
Mas de quem é a responsabilidade de educar? Fabiana reforça que os familiares devem assumir esse papel:– Dentro do núcleo familiar, as pessoas são quem elas realmente querem ser. Na família, não existe barreiras. Tanto é que o autor pontua as dificuldades de praticar a inteligência para gerar uma prole sucessora e evoluída.
Outro ponto importante é em relação aos professores. Na infância, depois da família, a figura mais importante é o professor. De acordo com Diógenes, toda criança precisa sentir-se amada, protegida e necessária.– É preciso estimular o filho a ter amor próprio e autossuficiência. Ou seja, educar com carinho, empatia e generosidade. O diálogo é vital para quem quer criar sucessores. Além disso, eles irão passar adiante todo esse aprendizado – conclui Diógenes.
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